Nova ministra da Saúde substitui presidente do INEM

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Fernando Veludo/PÚBLICO (arquivo)

Luís Cunha Ribeiro, nomeado no tempo de Luís Filipe Pereira e que permaneceu no cargo com Correia de Campos, vê assim o mandato interrompido.

Decorre amanhã uma reunião entre os responsáveis do INEM e responsáveis do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Esta saída acontece na sequência de vários “episódios" recentes que envolveram o INEM, nomeadamente o que ocorreu em Alijó, distrito de Vila Real, quando um homem morreu em casa após uma queda. A família responsabilizou o INEM, sustentando que a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Vila Real só chegou à aldeia "duas horas depois do pedido de ajuda" – uma informação desmentida pelo instituto.

Gravações da ocorrência, divulgadas pela SIC, revelam que a operadora de serviço do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) teve dificuldades para determinar os meios necessários para responder à ocorrência e, quando contactou os bombeiros de Favaios (a corporação mais próxima) só se encontrava um bombeiro no local, o que obrigou a recorrer à corporação de Alijó de onde acabaria por sair uma ambulância vários minutos depois.

Também a secretária de Estado adjunta da Saúde, Cármen Pignatelli, indicou no passado dia 28 de Janeiro que o sistema de emergência médica poderia ser "melhorado". “Numa análise das situações que ocorreram, verificámos que é absolutamente necessário definir os protocolos”, dizia a responsável.

Contactado pela RTP, Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, indicou não estar surpreendido com esta medida, que considerou ser positiva. "O INEM, depois de mais de 25 anos de serviço, precisa de uma mudança", indicou Duarte Caldeira, referindo ainda que espera que essa mudança se estenda à direcção dos serviços médicos, para que o INEM passe a ter uma visão diferente do atendimento pré-hospitalar, "menos conflituosa, menos auto-exclusiva e menos centrada em si próprio, mais direccionado para o cidadão".

Por seu lado, o presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, indicou à estação pública que espera esta saída de Luís Cunha Ribeiro sirva para se reavaliar a prestação de socorro pré-hospitalar em Portugal, sublinhando a necessidade de o INEM ser tutelado quer pelo ministério da Saúde, quer pelo da Administração Interna, a fim de se evitarem situações como as que aconteceram recentemente.

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