No Baixo Alentejo a vaga de calor está a ser encarada como normal para a época
Francisca Agulhas Pereira, residente no Sobral da Adiça, garante que o calor "é o que é próprio da época". Os mais velhos, como é o seu caso, já sabem como lidar com temperaturas acima dos 40 graus. Nos cafés e locais de convívio das freguesias do interior alentejano, o ar condicionado dos cafés e centros de convívio ajuda a manter um ambiente estável sem problemas de maior e facilitam o convívio. "Junta as pessoas", salienta Luís Murteira Cebola, residente na freguesia do Sobral da Adiça.
Na Amareleja, onde normalmente se registam as mais elevadas temperaturas do país, o estado de espírito é de despreocupação: "Não há nada melhor que uma cerveja fresca, ou uma boa sesta para aguentar o calor", observa Francisco Jesus Valente, frisando que já aguentou 48 graus mais de uma vez": E continuo vivo", diz.
Mesmo assim a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) colocou à disposição das pessoas salas climatizadas, no serviço de urgência do Hospital de Beja, nos Serviços de Urgência Básica de Castro Verde e Moura, Centro de Saúde de Beja 1 e Serviço de Urgência Avançada de Serpa.
Num esclarecimento prestado ao PÚBLICO, por Graça Fortunas, porta-voz da ULSBA, adiantou que "não há a registar" qualquer afluxo anormal de utentes aos serviços de urgência, para além dos casos que são normais para a época, incluindo os mais idosos, as pessoas com doenças crónicas e as crianças.
Numa deslocação que o PÚBLICO fez ao serviço de urgência do hospital de Beja às 12 e às 16 horas, o ambiente era de normalidade, com uma afluência reduzida de pessoas com problemas de saúde não associados à onda de calor.
No centro de Saúde de Castro Verde, o acesso de utentes era normal, sem que se registassem casos de desidratação em idosos que justificassem a intervenção dos serviços de saúde.
Ao longo do dia de hoje a temperatura ambiente chegou aos 40 graus ao sol e 38 à sombra. No entanto, uma brisa com alguma intensidade, ajudou quem circulava na rua. Os cidadãos comentavam que o calor era “perfeitamente suportável” e próprio da época que estamos a atravessar.