Na Clara de Resende, Porto, a adesão foi de 90% mas os exames fizeram-se quase todos
Alunos terminaram prova e revelam como correu.
À hora a que o exame terminou, vários dos professores grevistas continuavam concentrados à porta do estabelecimento de ensino. “Acho que têm muitas razões para protestar”, comentava Eduardo Lopes, garantindo que a sua solidariedade com o protesto nada teve que ver com o facto de ter podido fazer o exame. “Estava preparado para tudo. Estudei, sabendo que poderia ter que o adiar.”
Como ele, vários estudantes aproveitaram, aliás, a presença dos professores nos portões da escola para desfazer algumas dúvidas sobre as respostas dadas no exame. Apesar de, num universo de 135 professores, apenas 16 terem recusado a adesão à greve, os exames fizeram-se com normalidade, à excepção do de Português Língua Não Materna.
“A adesão à greve, que foi superior a 90%, não se repercutiu na realização dos exames, mas fiquei contente pelos alunos e pelo facto de, nesta escola, não ter havido desigualdades entre os alunos”, minimizou Maria João Sarmento, professora de Francês.
Ao lado desta professora, o estudante Diogo Melo, 18 anos e pré-candidato ao curso de Economia da Universidade do Porto, confessou que sentiu um nervosismo acrescido devido à indefinição em torno da realização ou não do exame. “Apesar disso, correu bem. E acho que os professores fizeram bem. A culpa é do Governo não dos professores”, vaticinou.