Há quase 115 anos, Misao Okawa nascia numa família de comerciantes de quimonos, os trajes tradicionais japoneses. Casou em 1919 com Yukio e teve três filhos, duas raparigas e um rapaz. Uma das filhas já morreu e os seus dois filhos são nonagenários. Tem agora quatro netos e seis bisnetos.

Durante a entrega do comprovativo do Guinness, numa cerimónia emitida pela televisão nacional, Misao Okawa, sentada na sua cadeira de rodas ao lado do seu bisneto de três meses, adormeceu por breves momentos, mas, quando despertada para responder aos jornalistas, quis sublinhar que está “muito contente” e que, apesar da idade, se sente bem.

A mulher, que viveu já em três séculos e conheceu quatro imperadores japoneses, vive num lar de terceira idade, afirma nunca ter sofrido de nenhuma doença grave e lamenta ter sido traída por uma perna partida, aos 102 anos, que a impede até hoje de se movimentar sozinha.

Segundo o instituto de pesquisa de gerontologia que verifica os dados para o Guinness World Records, Misao Okawa é agora a mulher mais velha do mundo, depois de a anterior detentora do título, também uma japonesa, ter morrido, em Janeiro, aos 115 anos. É no Japão que está ainda o homem mais velho do mundo, Jiroemon Kimura, nascido a 19 de Abril de 1897. Tem também 115 anos.

O Japão tem mais de 50 mil centenários, 87% mulheres, numa população de mais de 127 milhões de pessoas, segundo dados governamentais avançados do ano passado e citados pela Reuters. Estes números reforçam a reputação do país em matéria de longevidade.