Mulher esfaqueada tinha alertado a polícia de que companheiro guardava arma ilegal
Dois dias antes, o suspeito, que está agora com a PJ, foi inquirido pelo procurador sobre a pistola entregue pela companheira às autoridades. Polícia acredita que denúncia terá precipitado o crime em Felgueiras.
Face a isso, o processo foi remetido para o Ministério Público de Felgueiras, que chamou o companheiro para ser ouvido pela posse da arma. O suspeito foi inquirido sobre a pistola na sexta-feira e terá agredido a mulher e a filha de ambos, com 15 anos, no domingo passado em Margaride, Felgueiras. O homem, de 61 anos, terá ficado irritado com a denúncia da mulher, o que terá precipitado a agressão, acredita a polícia. A filha foi também esfaqueada quando tentava defender a mãe.
Após quatro dias em fuga, o suspeito foi interceptado, pelas 12h00 desta quarta-feira, junto ao Centro de Emprego de Felgueiras, próximo da central de camionetas no centro do concelho. Tinha ainda a faca de tipo militar que terá usado no crime. Porém, a arma branca já não tinha qualquer marca de sangue e já teria sido usada para outros fins, apontou fonte da polícia.
A denúncia da mulher, que vivia em união de facto com o suspeito, nunca tendo sido formalmente casada com ele, ao contrário do que o PÚBLICO tinha noticiado com base em fonte policial, ocorreu numa altura em que estiveram separados durantes alguns dias após uma discussão.
São vários os relatos de violência doméstica que pautam a relação. Aliás, em Novembro de 2013, a mulher apresentou queixa à polícia por ter sido agredida e ameaçada com a pistola em causa. Viria, porém, a desistir da queixa dois meses depois, fazendo com que o processo fosse arquivado.
Quando foi ouvido pelo MP, o suspeito disse que a arma não era dele e sublinhou não saber qual a sua origem. A mulher, entretanto, terá sido acolhida, juntamente com três filhos do casal, numa casa-abrigo no Porto destinada a vítimas de violência doméstica.
Esta quarta-feira, a GNR já havia recebido, durante a manhã, diversas informações relativas à localização, do suspeito, visto por habitantes, quer nas imediações da sua residência quer junto ao cemitério de Felgueiras. A GNR, aliás, realizava há vários dias vigilâncias junto à sua residência.
O sexagenário, que não resistiu aos militares da GNR, está agora sob custódia da PJ de Braga, que é, aliás, a polícia que tem a competência exclusiva para investigar este caso. O suspeito será ouvido, indiciado por duas tentativas de homicídio, quinta-feira no Tribunal de Felgueiras.