Morreu segunda vítima de doença das “vacas loucas” em Portugal
A vítima tinha 14 anos quando lhe foi diagnosticada, em Fevereiro de 2007, uma possível variante de Creutzfeldt-Jakob. Durante estes dois anos a rapariga foi acompanhada por médicos e enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde e por técnicos da Segurança Social. A primeira vítima foi um adolescente do sexo masculino. O rapaz de 14 anos morreu em Julho de 2007 em Famalicão e a doença foi confirmada na autópsia.
No comunicado, assinado pelo director-geral Francisco George, a DGS diz também que “relativamente a este caso estão a ser observadas todas as normas nacionais e europeias previstas para estas situações” mas a identidade da vítima não será revelada nem serão dados mais pormenores “de forma a proteger a família enlutada”.
A variante clássica da doença de Creutzfeldt-Jakob - não relacionada com a BSE e com o consumo de carne bovina - afecta, em média, 10 a 15 portugueses por ano, mas o primeiro caso de contágio da variante mais agressiva da doença foi registado há cerca de quatro anos. Segundo dados da Direcção-Geral de Saúde, entre 2000 e 2006 foram notificados cerca de 50 casos da variante clássica da doença de Creutzfeldt-Jakob em Portugal, entre os 14 e os 75 anos. Contudo, a DGS está preocupada porque o número de notificações tem decrescido - o que não significa que não haja infectados. Em 2008 foram apenas identificados quatro casos.
A BSE é uma doença neurodegenerativa que afecta o gado. Descoberta nos anos 80, pensa-se que tem como agente patogénico uma proteína especial, chamada prião, e que é transmissível ao homem, contagiando-o com uma doença semelhante, uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob. Este tipo de encefalopatia espongiforme caracteriza-se pela degeneração esponjosa do cérebro. O diagnóstico só pode ser confirmado cientificamente após a morte do paciente, com recurso a uma autópsia e a exames ao tecido cerebral.