Ministério da Saúde avança para a concentração de centros de excelência
“Não mais é aceitável que patologias complexas, exigindo conhecimentos técnicos e científicos altamente diferenciados e associados a um elevado consumo de recursos, sejam tratados em serviços sem um número de doentes que permita garantir experiência e bons resultados”, sublinhou o governante.
É necessário, por isso, “proceder a concentrações onde a excelência e a qualidade o exigir”, sustentou Paulo Macedo, que falava, ao final da tarde de hoje, na sessão de encerramento do simpósio que assinalou o 25.º aniversário do Centro de Cirurgia Cardiotorácica (CCC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Tal concentração deverá ser “ditada por princípios de racionalidade, e não por critérios meramente economicistas”, salientou o governante, considerando que a preconizada agregação é “exigida pela necessidade de potenciar experiência e recursos”.
Nesse sentido, “chegou o tempo de tomar decisões, urge aprofundar o entendimento e a operacionalização do conceito de centros de excelência, no contexto do processo de reorganização da rede hospitalar e das redes de referência, de forma a constituir um todo homogéneo, identificando as áreas nas quais são prioritárias as exigências a que devem estar sujeitas e como deve ser garantido o respectivo acesso”, defendeu.
“Na semana passada”, foi criado “um grupo de trabalho para desenvolver a rede de centros, nomeadamente no que se refere à definição do conceito de centros de excelência, aos critérios de identificação e reconhecimento pelo Ministério da Saúde desses centros, assim como da sua implementação, modelo de financiamento, integração da rede hospitalar e redes de referência”, anunciou o ministro.
Apontando o CCC do CHUC como centro de excelência, que é exemplo da projectada concentração de serviços diferenciados, Paulo Macedo revelou que “o Ministério da Saúde decidiu atribuir” ao seu fundador e director, Manuel Antunes, a Medalha de Ouro da Saúde”.
“Por tudo o que tem feito, também por tudo aquilo que ainda se propõe fazer”, Paulo Macedo deixou o “público reconhecimento” a Manuel Antunes, que “constitui o exemplo de alguém que sempre tem lutado em nome da excelência e do desempenho e da forma de exercer essa nobre arte que é a medicina e a cirurgia”.
Na sua intervenção, Manuel Antunes destacou alguns momentos da história do CCC, recordando, designadamente, que “as novas instalações” tinham sido “planeadas para 200 cirurgias por ano”, embora ele tivesse proposto “que se fizesse para 500, que eram as necessidades que estimava para a Zona Centro”, mas “estamos hoje no limiar das duas mil”, realçou.