Menos 1500 candidatos na 2.ª fase de acesso ao superior
Até para os cursos de Medicina ainda existiam vagas.
Na 1. ª fase, que terminou a 6 de Setembro, candidataram-se menos cinco mil. Na 2.ª fase, que terminou sexta-feira à noite, a quebra foi de cerca de 1500. Os resultados sobre os alunos colocados e a vagas sobrantes só serão conhecidas no próxima dia 26, mas o número total de candidatos na 2.ª fase arrisca-se a ser um novo balde de água fria para as instituições que ainda pensavam recuperar da hecatombe registada no princípio de Setembro.
Será o segundo ano consecutivo em que os candidatos da 2.ª fase não serão suficientes para colmatar as percas na primeira, que é geralmente a mais concorrida. Também o foi este ano com 40419 candidatos, mas este foi o número mais baixo desde 2002.
Responsáveis universitários e investigadores têm apontado como razões para esta quebra as dificuldades económicas das famílias e a existência de exames mais difíceis no 12.º ano, com um consequente aumento de chumbos neste nível de escolaridade e uma procura maior da segunda fase tanto destas provas, como da segunda etapa do concurso nacional de acesso, o que neste último caso não aconteceu. Houve até um decréscimo da procura.
Os alunos que terminam o ensino secundário na 2.ª fase de exames, porque chumbaram na primeira ou quiseram melhorar notas, só se podem candidatar nesta segunda temporada de acesso ao ensino superior, onde geralmente as vagas dos cursos mais cobiçados já se encontram todas preenchidas. Este ano, contudo, ainda havia 25 por preencher nos vários cursos de Medicina existentes, como é possível constatar no portal de vagas disponibilizado pela Direcção-Geral do Ensino Superior esta semana.
Estas 25 vagas tinham ficado preenchidas na 1.ª fase, mas por alguma razão os alunos não se inscreveram, tendo por isso ficado libertas para a 2.ª fase. Foi esta a principal razão, aliás, para que nesta 2.ª fase houvesse mais 6600 vagas suplementares do que aquelas que sobraram da 1.ª. Para o ensino superior universitário existiam 7996 vagas disponíveis, para o politécnico 12822.
Quando foram conhecidos os resultados da 1.ª fase, o Ministério da Educação e Ciência lembrou que “o número total de novas admissões só será conhecido após a conclusão das inscrições não só dos estudantes colocados na segunda e terceira fases do concurso nacional, como também dos admitidos através de outras vias”.
O concurso nacional de acesso é a principal porta de entrada no ensino superior, mas para além dele existem concursos locais de entrada nas escolas superiores artísticas e no ensino superior militar. Também existe outro concurso para os alunos que fizeram cursos de especialização tecnológica (pós-secundário) e para os maiores de 23 anos. Esta proforma de acesso ao superior, iniciada no lectivo 2006/2007, foi responsável pela entrada de milhares de novos alunos, mas também o seu número tem vindo a diminuir. Também existem regimes específicos de acesso por exemplo para estudantes que sejam em simultâneo atletas de alto rendimento.
A 3.ª fase de acesso decorre de 3 a 7 de Outubro.