Maternidade Alfredo da Costa deve encerrar em Março

Serviços vão ser transferidos para o Hospital Dona Estefânia, permitindo uma poupança anual superior a dez milhões de euros.

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Serviços vão ser transferidos para o Hospital Dona Estefânia Joana Bourgard

O encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, que estava previsto ocorrer até ao final deste ano, só deverá concretizar-se em Março de 2013, anunciou, esta terça-feira, o conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), no qual está integrada a maternidade.

Em comunicado, o conselho de administração aponta Março como uma “data muito provável” para a transferência dos serviços de ginecologia, obstetrícia e cuidados neonatais. Estes serviços vão ser transferidos para o Hospital Dona Estefânia, onde ficarão temporariamente, já que daqui por três anos devem ser instalados no futuro Hospital de Todos os Santos.

No documento, aquela entidade sublinha que “a presidente do CA [conselho de administração] do CHLC sempre afirmou” que o encerramento estava previsto “para o final do ano de 2012 ou princípios de 2013”. No entanto, num comunicado enviado às redacções em Junho, o CHLC disse apenas que “se pretende que [o encerramento] ocorra até ao final do corrente ano”.

O encerramento da maternidade – que comemora nesta quarta-feira 80 anos – “tem como pano de fundo a baixa natalidade que se verifica actualmente e que previsivelmente se irá prolongar nos próximos anos”, o que “torna altamente excedentária a actual oferta”, sublinha o conselho de administração.

Em 2011, a MAC e o Hospital Dona Estefânia realizaram, no total, 6400 partos. Em 2012, até ao dia 3 de Dezembro, esse número baixou para 4340 partos. “A existência de três novas unidades hospitalares na região de Lisboa vem agravar ainda mais a situação referida”, lê-se no documento.

A transferência dos serviços para o Hospital Dona Estefânia prende-se também com a “necessidade absoluta de reduzir custos”, estando prevista uma poupança anual superior a dez milhões de euros, segundo a mesma fonte.

Apesar de implicar obras de adaptação das instalações do Dona Estefânia, para aumentar a área de neonatologia, as verbas necessárias são “residuais, ao contrário do que seria necessário para garantir as futuras condições de segurança das infra-estruturas da MAC que obrigariam a um avultado investimento, que poderia ultrapassar os 3 milhões de euros”, diz o CHLC.

“O timing do encerramento da MAC sempre esteve condicionado à transferência de serviços dentro do centro”, esclarece.
 
 

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