Mais de metade dos jovens portugueses não se vê a fazer política
Jovens portugueses estão a votar menos, uma tendência que também se verifica no resto da Europa, indicam dados da Comissão Europeia.
Quando questionados sobre se considerariam apresentar-se como candidatos numa eleição política, em qualquer momento das suas vidas, 52% dos inquiridos respondeu que “de certeza que não” e 26% disse que "provavelmente não".
No total dos jovens cidadãos dos Estados-membros da União Europeia, a certeza de não querer fazer política ascende aos 79%. Só um em cada cinco afirmou que consideraria construir uma carreira política, nomeadamente através de candidatura a eleições (tanto nacionais como europeias).
A falta de vontade dos jovens portugueses em participar na vida política vê-se também através da corrida às urnas. Sobre se votaram pelo menos uma vez nos últimos três anos, 48% disse que sim, o que representa um decréscimo de 12% relativamente a 2011. Paralelamente, a proporção daqueles que admitiram não ter votado subiu 11%.
Os inquéritos da Comissão Europeia foram iniciados em 2011, pelo que os jovens portugueses responderam relativamente à participação política em 2009, ano em que Portugal teve eleições legislativas, europeias e autárquicas.
Portugal segue, assim, uma tendência europeia de diminuição de participação política por parte dos mais jovens. Em 2012, 73% dos que estavam legalmente habilitados a votar, fizeram-no pelo menos uma vez nos últimos três anos, o que representa um decréscimo de 6% em relação ao ano anterior.
A maioria dos que não votaram admite que foi porque não acha que o voto altere alguma coisa, porque não se considera devidamente informada para o fazer ou porque não pensa que o Parlamento Europeu lide com problemas que os afecte.
Em relação às eleições europeias que se realizam no próximo ano, só 24% dos portugueses tem a certeza de que irá votar – a maioria são mulheres entre os 20 e os 24 anos. Dois terços dos europeus inquiridos revela ser provável participar nestes sufrágios.
A Comissão Europeia inquiriu 13 mil cidadãos de estados-membros da UE, com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos.