Livro de Judite de Sousa sobre Álvaro Cunhal junta extremos políticos

Álvaro, Eugénia e Ana apresentado em Lisboa.

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Livro sobre o lado mais pessoal da vida de Álvaro Cunhal Miguel Madeira

"Coloca aquela dimensão que nem sempre é pública, do homem de afectos, em relação à sua família, aos seus", analisou o actual líder comunista, Jerónimo de Sousa, enquanto o antigo líder do PSD e agora comentador Marcelo Rebelo de Sousa destacou que a obra "acompanha a sua vida familiar, nomeadamente a sua relação com a filha, e isso era muito pouco conhecido em Portugal".

Na apresentação do livro da jornalista Judite de Sousa - Álvaro, Eugénia e Ana, por referência a uma de suas irmãs e à sua filha, pretendendo retractar "o homem por detrás do político" - estiveram ainda personalidades do CDS-PP e PS, entre outras.

"Aqui estão pontes que podem ser estabelecidas tendo em conta a realidade que vivemos, o estado do país. Nós não temos o monopólio dos patriotas e dos democratas. Portanto, com esses contamos sempre", disse Jerónimo de Sousa, reconhecendo que há outras pessoas "não comunistas" que também estão "preocupadas com o rumo do país".

O também agora comentador político e antigo líder do PSD Marques Mendes, a presidente do PS, Maria de Belém, a vice-presidente do parlamento e dirigente democrata cristã Teresa Caeiro, assim como o secretário-geral dos centristas,

António Carlos Monteiro, foram outras figuras presentes, tal como o ministro das Finanças do I Governo Constitucional, Medina Carreira.

O ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo da maioria PSD/CDS-PP, Miguel Relvas, escusou-se a comentar a actualidade política porque tem estado "fora do país, com muitas viagens e muito trabalho".

"Ficamos a saber mais de Álvaro Cunhal. É interessante porque é uma das figuras - das cinco, seis, sete, oito, dez - que dominaram os últimos 50 anos", afirmou ainda Marcelo Rebelo de Sousa, que elogiou o trabalho da sua entrevistadora de domingo na TVI.

Para Rebelo de Sousa, "o meio do PCP é, normalmente, muito fechado e o círculo em torno de Álvaro Cunhal era também particularmente fechado", portanto, "entrar lá e conseguir contar em reportagem e em livro, tem muito mérito".