Liga garante que vaga de emigração de bombeiros não coloca em risco o socorro

Associações de bombeiros voluntários e profissionais dizem que está em causa o socorro e a própria segurança dos bombeiros. Liga nega, mas admite necessidade de criar incentivos para conseguir a entrada de mais elementos.

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O incêndio foi combatido por dez bombeiros, apoiados por quatro viaturas Ana Banha

“Neste momento, segundo o último recenseamento, temos um efectivo nacional de cerca de 30 mil voluntários. Ainda este ano entraram mais dois mil. A situação não é preocupante e o socorro não está em risco”, disse ao PÚBLICO Jaime Marta Soares, reeleito presidente da LBP neste sábado, durante o 42.º congresso da Liga, em Coimbra. O dirigente admitiu, porém, que são necessários mais incentivos por parte do Governo para conseguir o ingresso de mais voluntários nos corpos de bombeiros.

“São precisos mais de 5000 bombeiros profissionais porque já estão em risco as populações e a segurança dos próprios bombeiros” visto que, “por falta de elementos não podem cumprir as regras de segurança”, alertou o presidente da Associação de Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, em declarações ao Jornal de Notícias.

Jaime Marta Soares insiste que “não há um défice preocupante”, mas admite que “são necessários mais incentivos para a entrada de mais gente”. Trata-se de “incentivos como os que a LBP recentemente sugeriu e que passam pela criação de um cartão social do bombeiro com benefícios e apoios”, explicou o responsável.

A proposta a apresentar ao Governo prevê benefícios como a isenção nas taxas moderadoras, contagem de bonificação do tempo de serviço para efeitos de reforma, descontos no IMI, bonificação no IRS e redução do IRC ou da Taxa Social Única das empresas que dão emprego aos bombeiros voluntários.

Questionado pelo PÚBLICO, o Ministério da Administração Interna remeteu para as declarações de Miguel Macedo feitas este domingo durante o congresso. O ministro confirmou que o Governo vai aumentar “significativamente” os apoios na futura lei de financiamento dos corpos de bombeiros, mas não se comprometeu com valores. Jaime Marta Soares revelou no sábado que seria de 12% o aumento do apoio aos bombeiros.

Também o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado, defendeu este domingo, no congresso em Coimbra, um modelo de financiamento aos corpos de bombeiros em que as autarquias possam cobrar como receita municipal uma percentagem sobre prémios de seguro contra fogo e transporte de mercadorias perigosas.

Esta lei, acrescentou, teria ainda como receita a afectação de uma parte da receita resultante da exploração do jogo online, além da consideração do grau de risco de cada zona de intervenção e o número de intervenções realizadas para a distribuição das verbas da protecção civil. com Lusa

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