Há famílias a viverem sem luz, água e gás apesar dos apoios sociais

Denúncia da sociedade Vicente Paulo, que pede mais solidariedade aos portugueses e mais sensibilidade ao Governo.

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Muitas famílias vivem com dificuldades e necessitam de ajuda Daniel Rocha

António Correia Saraiva sublinhou que os problemas relacionados com a habitação representam “a maior fatia” do FSS e que são mais visíveis em dioceses como as de Vila Real, Porto e Guarda.

O responsável da instituição salientou, no final de uma reunião que juntou em Fátima as entidades que gerem o FSS, que 75% das solicitações feitas ficaram sem resposta, já que em 2012 a verba pedida pelas famílias portuguesas rondou 1,8 milhões de euros, mas o valor transferido foi de 469 mil euros.

No caso da habitação, foram registados 1.979 pedidos de ajuda relacionados com o pagamento do empréstimo da casa, renda, água, elextricidade e gás, tendo sido apoiadas 982 famílias.

“Isto não significa que as pessoas sejam abandonadas”, uma vez que “são ajudadas numa fase posterior” ou “reencaminhadas para outras instituições”, explicou António Correia Saraiva.

A maioria dos pedidos são oriundos das dioceses de Vila Real, Setúbal, Porto, Guarda, Aveiro e Beja.

O presidente da Sociedade São Vicente Paulo criticou o Governo porque “não está a encarar a pobreza como um problema efectivo e que pode trazer graves problemas à sociedade” e alertou para o facto de os donativos estarem a diminuir “consideravelmente”.

António Correia Saraiva expressou ainda a sua convicção de que 2013 vai ser “um ano muito difícil” e pediu ao “povo português que seja solidário para com as instituições [sociais] que estão no terreno”.