Buscas marítimas para encontrar jovens desaparecidos no Meco foram retomadas
Sete jovens foram apanhados por uma onda. Um sobreviveu, outro morreu e cinco estão desaparecidos.
O site da Protecção Civil adianta que há 20 operacionais no terreno, apoiados por dez veículos e um meio náutico. Não foram accionados meios aéreos.
As buscas serão alargadas até ao Cabo Espichel, alguns quilómetros a sul, e vão também abranger uma maior distância da costa.
No domingo, quem não soubesse o que tinha ocorrido de madrugada naquela praia ficaria surpreendido com o cenário. Um helicóptero da Força Aérea dá voltas no ar, duas lanchas, uma da Polícia Marítima e outra do Instituto de Socorros a Náufragos, e um navio da Marinha desenham linhas paralelas à costa. Há homens fardados, da Polícia Marítima e dos bombeiros, espalhados ao longo do areal, cerca de 50. Próximo dos restaurantes de praia, o INEM instalou uma tenda branca onde foram chegando os familiares dos jovens. Ali esperam, separados por uma tira de plástico para os manter resguardados, que lhes venham trazer notícias dos familiares. Naquele recanto improvisado, alguns choram, abraçam-se, a maioria não tira os olhos do mar.
O único jovem que sobreviveu foi levado para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, mas ainda durante a manhã teve alta e foi ele quem deu a maior parte das pistas que conduziram às famílias, explicou o comandante Carlos Manuel Lopes da Costa, capitão do Porto de Setúbal, da Autoridade Marítima Nacional, que está à frente das operações de resgate.
Os jovens, na maioria estudantes da Universidade Lusófona de Lisboa, com idades entre os 21 e 25 anos, estavam alojados numa casa alugada na aldeia de Alfarim, que fica a uns dois quilómetros da praia do Meco. Às 6h, as equipas resgataram o corpo de um outro jovem que pertencia ao grupo. O cadáver estava a 400 metros do local onde os jovens foram apanhados pelas ondas. “A ondulação estava e mantém-se forte na zona de rebentação”, disse o comandante. As ondas tinham esta manhã cerca de quatro metros de altura.
“Temos sempre esperança de encontrar alguém vivo”, disse Carlos Manuel Lopes da Costa. As buscas estão a ser feitas numa área que se estende entre “uma milha a norte do acidente e duas a três milhas a sul”, disse o comandante. Tendo em conta o tempo que já se passou desde o acidente e as correntes marítimas do mar naquela região, o mais provável é que os jovens tenham sido levados para sul.
“Sabemos que o mar na praia do Meco é perigoso, que muitas vezes temos bandeira amarela e bandeira vermelha, mas é a primeira vez que há um acidente deste género”, disse Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, que se deslocou ao local. com João Pedro Pereira