PJ procura provas de dissimulação de património com buscas a empresa do GES

Autoridades foram à empresa Espírito do Santo Property, em Lisboa. Operação seguiu-se ao arresto de imóveis e outros valores patrimoniais do GES, incluindo património pessoal.

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BES liderou as perdas ao cair 3,77% Sara Matos

Também a Procuradoria-Geral da República garantiu entretanto que a operação decorreu nas instalações de uma empresa, na capital, no âmbito de investigações relacionadas com o denominado “Universo Espírito Santo”. As buscas visaram os três pisos ocupados por aquela e por outras empresas ligadas ao GES na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

As diligências, lideradas pelo juiz Carlos Alexandre do Tribunal Central de Instrução Criminal, começaram de manhã cedo e estarão em causa crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Nesta acção, a PJ empenhou inspectores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção. Fonte daquela polícia garantiu que não ocorreram detenções nem foram constituídos arguidos. 

As primeiras informações davam conta de que os investigadores e os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal terão realizado buscas noutros sítios.

O PÚBLICO apurou, porém, que pelo menos ao início da manhã desta quinta-feira não estavam a decorrer buscas na sede do Novo Banco nem na sede do BES, na Rua Rosa Araújo, em Lisboa, para onde foram transferidos os activos tóxicos do grupo, revelou fonte oficial do BES. "Não estão a ocorrer buscas na sede nem em nenhuma sucursal, dependência ou sociedades ligadas ao Novo Banco", declarou então a mesma fonte. Aliás, a sede tradicional do GES tem estado fechada.

Na segunda-feira, a PGR adiantou em comunicado que tinha sido feito um “o arresto preventivo de bens imóveis e valores patrimoniais de outra natureza titulados por pessoas singulares e colectivas relacionadas com o 'Universo Espírito Santo'”. Entre os imóveis arrestados estão propriedades da Rioforte (o braço não financeiro do grupo) e de subsidiárias desta empresa.

Vários órgãos de comunicação, entre os quais o Correio da Manhã e a TVI, depois de divulgado o arresto de bens, noticiaram que foram confiscados entre 500 e 600 imóveis do GES e milhões de euros de produtos bancários, num valor total superior a mil milhões. A maioria dos imóveis serão prédios rústicos e urbanos pertencentes à Rioforte, que é dona, entre outros, da Herdade da Comporta.

A ESP é uma sociedade anónima “gestora de um dos maiores portfólios imobiliários do país, administra as actividades de desenvolvimento imobiliário da Rioforte em Portugal, liderando um conjunto de subsidiárias especializadas na promoção imobiliária, gestão de fundos de investimentos imobiliário, gestão e coordenação integrada de projectos imobiliários”, descreve a empresa no site oficial.

Segundo o último relatório comercial, a ESP apresentou um prejuízo em 2013 de mais de 37 milhões de euros. A sociedade, cuja empresa mãe é a Rio Forte Investments e não tem funcionários, resultou da constituição de outra anterior, a Espart – Espirito Santo Participações Financeiras que foi criada em 1978 e que em 2013 assumiu a designação de ESP.

A empresa, segundo notíciou esta quinta-feira o Diário Económico, poderá contestar o arresto preventivo de grande parte do seu património imobiliário. Os seus advogados deverão alegar que o arresto põe em causa o Plano Especial de Revitalização que os credores aprovaram em Abril. com Ana Henriques e Cristina Ferreira

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