Escolas de gestão enfrentam cada vez mais concorrência fora da Europa
Católica, Nova e Porto Business School distinguidas na lista do Financial Times da melhor formação para executivos, em que há cada vez mais escolas estreantes.
Com novas instituições de ensino a figurarem nas tabelas — como a Xiamen University, da China, ou a University of Alberta, do Canadá — as escolas portugueses caíram na tabela dos programas de formação feitos à medida para executivos. O programa da Católica Lisbon School desceu sete lugares, para 61º. Segue-se a Porto Business School, que viu cair a sua oferta para executivos de 59 para 63. E a Nova Business School ocupa o 73º, depois de, no ano passado, não ter sido incluída na lista por não ter conseguido respostas de alunos suficientes. Estava em 48º em 2012.
O Financial Times, que divulga o ranking na edição desta segunda-feira, analisa a formação de executivos em três tabelas distintas. Uma dedicada a programas abertos, ou seja, concebidos pelas escolas e oferecidos a gestores de forma genérica. Outra para a formação feita à medida — encomendada pelas empresas para formar especificamente os seus gestores. E, finalmente, o ranking global, que combina ambos os resultados e elege as 50 melhores escolas do mundo.
Neste último, a Católica é a única escola a marcar presença, ocupando o 45º lugar. Consideradas apenas as escolas europeias, volta a estar entre as 20 melhores. Já nos programas abertos, as três escolas portuguesas conseguem estar bem posicionadas, com a Católica a ser considerada a 40ª melhor unidade de ensino entre as 70 analisadas de todo o mundo (progrediu dois lugares). A escola da Nova caiu duas posições, de 58 para 60 e, finalmente, a Porto Business School (PBS) conquistou um lugar, passando de 66º para 65º.
“Nestes mercados com competição global estamos a melhorar mas há outras escolas a surgir. Há escolas na China que não ligavam tanto aos rankings porque tinham o seu mercado, mas à medida que a competição é mais global, a realidade muda”, diz Francisco Veloso, director da escola de gestão da Católica. Estar “à frente” da concorrência é essencial para continuar a progredir nestes rankings, que dão visibilidade e prestígio global às instituições de ensino, ajudando a captar alunos e professores, continua.
Também Nuno de Sousa Pereira, presidente da direcção da PBS, destaca que, “a entrada de nove escolas pela primeira vez no ranking em 2014 gerou várias alterações profundas na tabela”. “Houve várias que entraram directamente para posições mais elevadas do que a da Porto Business School”, diz, acrescentando que, apesar de tudo, o desempenho desta escola tem-se mantido estável.
Por seu lado, Nadim Habib, CEO da formação de executivos da Nova SBE, sublinha que, considerando apenas o contexto europeu, a maioria das escolas manteve as suas posições neste ranking. “Dentro da Europa, continuamos a ser sólidos, mas precisamos de dar um salto. A estratégia de internacionalização faz sentido porque a médio e a longo prazo, a concorrência será global”, defende. O responsável pelos programas para gestores da universidade pública admite que a classificação — em 60º e 73º lugar nas duas tabelas — “ficou aquém do que a escola merece”. “O nosso processo de internacionalização tornou mais difícil ter respostas consistentes e de qualidade nos nossos mercados”, justifica. Ainda assim, no indicador “localização internacional” a Nova ocupa a 24ª posição e é a mais bem classificada das três escolas portuguesas em termos de presença no mundo. Está em Angola, Moçambique e Brasil (São Paulo) e, no ano passado, aumentou a equipa para 20 pessoas.