Emigrantes portugueses na Suíça pedem ajuda às missões católicas

“A situação dos emigrantes portugueses na Suíça está a agravar-se de forma preocupante nos últimos tempos por causa da crise económica”, adiantou à agência Lusa Manuel Beja, salientando que além das missões católicas portuguesas também ele próprio tem recebido muitos pedidos de auxílio.

O coordenador nacional da Pastoral das Missões Católicas na Suíça, padre Aloísio Araújo, disse em declarações à Rádio Renascença que o número de pedidos de ajuda à Igreja aumentou “80 por cento nos últimos dois anos, havendo pessoas a dormir nas estações de comboios e nos abrigos comunais”.

Contactado pela Lusa, o conselheiro das Comunidades Portuguesa na Suíça, Manuel Beja, realçou o “importante" trabalho das missões católicas junto dos portugueses em dificuldades.

“Temos famílias dependentes da assistência social na Suíça que estão a passar por problemas graves devido à perda de trabalho, problemas de carácter económico e temos um outro grupo que são as pessoas que estão a chegar ao país, candidatos à emigração que são na sua maioria jovens. Mas também temos famílias inteiras que se fizeram à estrada”, disse.

No entender de Manuel Beja, as pessoas muitas vezes deslocam-se de "forma leviana", sem pensar nas dificuldades, sem contrato de trabalho e sem conhecer ninguém.

“São na maioria estas as pessoas que nos chegam a pedir ajuda - comida, dinheiro, trabalho - e que nós tentamos dentro das nossas possibilidades ajudar e aconselhar”, salientou.

Manuel Beja reconhece que o Estado português não presta o auxílio devido a estas pessoas porque os seus recursos e empenho são limitados.

“Na Suíça, país onde residem legalmente cerca de 250 mil portugueses, a ajuda chega através da boa vontade dos emigrantes que ajudam o próximo e das missões católicas. Sem, elas a vida dos emigrantes que chegam seria muito mais difícil”, contou.

Manuel Beja aconselhou ainda os portugueses “a pensarem melhor antes de emigrarem" sem quaisquer condições mínimas, sem alojamento e sem contrato de trabalho.

“A vida pode ser muito complicada. A Suíça é um país rico e muito caro”, disse.