Cocaína apreendida no Algarve avaliada em 80 milhões de euros pelas autoridades
Três pessoas de nacionalidade espanhola aguardam julgamento. As detenções realizaram-se no início desta semana após um ano de investigação.
As detenções ocorreram nos dias 7 e 8 de Setembro e resultaram de uma investigação realizada pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Corpo de Polícia de Espanha, disse à agência Lusa o director da PJ de Faro, Luís Mota Carmo, admitindo tratar-se, até ao momento, de uma das maiores apreensões do ano em Portugal e mesmo na Europa.
A apreensão de 1.300 quilogramas de cocaína no sotavento algarvio e as detenções ocorridas no Algarve e em Espanha foram "um rude golpe" no grupo de tráfico internacional, disse Mota Carmo. A Brigada de Estupefacientes da PJ de Faro interceptou três detidos, de nacionalidade espanhola, quando estes se preparavam para transportar parte do produto, tendo posteriormente apreendido o material armazenado.
Em conferência de imprensa, o chefe superior da Polícia de Múrcia, Cirilo Durán, explicou que as autoridades articularam as acções e que seis detenções foram feitas pela polícia espanhola em simultâneo com as efectuadas no Algarve.
Cirilo Durán contou que em território espanhol foram detidos três homens e uma mulher de nacionalidade espanhola e dois homens de nacionalidade marroquina, mas com residência na Holanda, situação que consolida as suspeitas das autoridades de que a cocaína teria como destino o norte e centro da Europa.
Duas investigações
O grupo teria bases em Huelva e Sevilha e os seus elementos levantaram suspeitas às autoridades portuguesas e espanholas que, entretanto, perceberam ter duas investigações separadas em curso e iniciaram uma acção de cooperação.
O chefe superior da Polícia de Múrcia avançou que inicialmente os investigadores pensavam tratar-se de uma operação de tráfico de fardos de haxixe e que foi com surpresa que perceberam que o grupo tinha enveredado pelo tráfico de cocaína. Em comunicado, a PJ adianta que os detidos têm idades compreendidas entre os 29 e os 50 anos, e que foram presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo ficado em prisão preventiva a aguardar o desenvolvimento dos trâmites do processo.
O responsável pela Directoria do Sul da PJ explicou à agência Lusa que os detidos deverão ser julgados independentemente, apesar de nada obstar a que, "nos termos do Eurojust e do Tratado de Schengen, possam ser julgados numa das duas jurisdições, portuguesa ou espanhola".