Cinco acusados de burla a sem-abrigo que tinha afinal milhares de euros e imóveis
Grupo terá falsificado procurações através de um notário e celebrado contratos com terceiros a quem venderam imóveis que eram da mulher sem-abrigo. Vítima foi recolhida pela AMI nas ruas do Porto e está agora num lar.
Os cinco estão agora acusados de burla qualificada e falsificação de documento, segundo uma nota da Procuradoria-Geral Distrital do Porto publicada esta quinta-feira no seu site oficial. Apesar de a sem-abrigo viver então nas ruas do Porto, o caso foi investigado pela secção única de Barcelos do Departamento de Investigação e Acção Penal de Braga, pelo que os crimes terão ocorrido naquela cidade.
“De acordo com a acusação, entre outros factos, dois dos arguidos, de conluio com um notário, também arguido, muniram-se de procurações em nome da vítima, outorgadas a um deles à revelia desta, e com elas celebraram, no dia 31.03.2011 e 11.08.2011, contratos com terceiros, vendendo-lhes, como se legitimamente agissem em representação da vítima, bens imóveis que lhe pertenciam, apropriando-se do preço - €35 000 num caso e €100 000 noutro-, que dividiram depois entre si”, refere o Ministério Público.
Em Agosto de 2011, a vítima acabou por ser levada para o Hospital de São João, no Porto, por uma equipa da Assistência Médica Internacional (AMI). Foi recolhida na rua por técnicos da AMI quando caminhava confusa pela Porto, estando actualmente no Lar das Fontainhas.