Cartas à Directora

Marinho e Pinto

Ainda incomodada com as palavras e o mau carácter demonstrado pelo ex-bastonário dos Advogados, não resisto a escrever-vos, apoiando totalmente a posição do Público, manifestada na nota Editorial deste sábado. Ontem fazia-me a mesma pergunta: "alguém em Portugal acredita que Marinho e Pinto desconhecia o valor do salário dos eurodeputados?". Outra aberração é abandonar o partido que o lançou e permitiu ganhar o que ganha neste momento e sem dele querer abdicar (18 mil euros por mês). Um amor de pouco mais de dois meses. Sim, o MPT foi a sua “barriga de aluguer”, como definiu o presidente deste partido pequenino que investiu tudo no advogado.  Para o Parlamento português quer voar quem queria ser piloto... Será fácil? Terá energia para “viajar” de Bruxelas a Lisboa? (…)

Uma palavra para o senhor que eu admirava pela sua frontalidade e defesa de valores como a Verdade, a Liberdade, Transparência, Honestidade: estive na iminência de votar em si. Ainda bem que não o fiz. Mas repare: o senhor teve um excelente resultado. Já pediu desculpas às pessoas com carácter que votaram em si?

Conseguirá 7500 assinaturas? Que não se esqueçam as pessoas destes tristes episódios para mais tarde não se arrependerem.

Era mais bonito que Marinho e Pinto tivesse recusado a proposta para o Parlamento Europeu devido ao salário que iria auferir (porque ele sabia evidentemente quanto era) e tivesse aguardado a oportunidade para se candidatar ao Parlamento Português onde vai ganhar “pouco”.

Demita-se do seu lugar no Parlamento Europeu onde o que ganha é um valor ignóbil.

Como vamos a acreditar nos políticos com mais este balde de água fria?

Céu Mota, Sta Maria Feira 

 

Tourada e hipocrisia

Na minha infância, o meu pai levou-me a uma tourada na Póvoa do Varzim. Horrorizou-me ver o touro ser massacrado com farpas, mas diverti-me com os forcados. Sempre era uma luta de igual para igual mesmo levando em conta o touro ter cornos. Também me divertem aqueles vídeos na net com touros à corda nos Açores e fico com a ideia de que os bichos também se divertem. Registo a hipocrisia da lei que permite a tortura dos bichos mas proíbe o que lhes acaba com o sofrimento. Registo ainda a má consciência de quem se empenha na defesa dos direitos que os animais não têm porque não têm os equivalentes deveres e assobia para o lado quando se fala na defesa da paz e dos direitos humanos. O ser humano é, entre as espécies superiores, o único em que o vencedor duma luta persegue e extermina o vencido. Tal não acontece entre os lobos, os ursos, os bois, etc.. Apesar da superioridade racional, a nossa espécie usa apenas o cérebro reptiliano com demasiada frequência. A tourada é apenas um exemplo…

M. Gaspar Martins, Porto

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