Carne de cavalo detectada em lasanhas da Nestlé em Portugal
Refeição pré-cozinhada de venda exclusiva para restauração e hotelaria já está a ser retirada do país. Grupo já deixou de comprar carne ao fornecedor em questão.
O produto em questão não está disponível nos supermercados, é de venda exclusiva para hotelaria e restauração. A Nestlé Portugal não dispõe, para já, de informação sobre em que locais poderiam estar a ser servidas estas refeições, e sublinha que já estão a ser retiradas do mercado.
“Não se trata de um problema de segurança alimentar”, sublinha António Carvalho, do gabinete de comunicação da Nestlé Portugal. “Aqui a questão é de fraude, tanto quanto se sabe à escala europeia. E a Nestlé faz a sua investigação aos seus produtos.”
Por enquanto, o único em que foram detectados vestígios de carne de cavalo – apenas 1% – foi nesta lasanha da Nestlé Professional, fabricada em França, com carne fornecida pela empresa alemã H. J. Schypke, com a qual a gigante suíça já suspendeu as relações comerciais.
Horas antes, a Nestlé tinha anunciado que os ravioli e tortellini de carne da Buitoni estavam a ser retirados dos supermercados espanhóis e italianos depois de, em testes para despistar a presença de ADN de cavalo nos produtos, se ter descoberto que continham vestígios daquela carne.
Num comunicado, a empresa explica que “os níveis detectados estão acima do limite dos 1% que a Agência para a Segurança Alimentar do Reino Unido definiu para uma provável adulteração ou negligência grosseira”.
No mesmo dia, também o Lidl fez saber que estava a retirar várias refeições pré-cozinhadas das suas lojas na Finlândia, Dinamarca, Suécia e Bélgica por conterem vestígios de carne de cavalo. Segundo o gabinete de comunicação da cadeia de supermercados discount alemães, nenhum desses produtos está à venda nas lojas portuguesas.
O escândalo da presença de carne de cavalo em produtos transformados que deveriam conter exclusivamente carne de vaca rebentou no mês passado na Irlanda, depois de serem detectados vestígios em hambúrgueres de vaca de marcas irlandesas e britânicas que eram vendidos nas cadeias de supermercados Tesco e Aldi.<_o3a_p>
Mas só nas últimas semanas se começou a perceber a verdadeira extensão do problema, com o surgimento de casos semelhantes noutros países. Até agora, já foram retirados de venda produtos no Reino Unido, Irlanda, França, Áustria, Noruega, Holanda, Alemanha, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Itália e Espanha.
Na semana passada, a União Europeia aprovou um plano para despistar a presença de carne de cavalo não declarada em alimentos transformados por toda a Europa. Os testes já estão a ser feitos e os resultados são apresentados dentro de dois meses.