Pescadores desaparecidos ainda por encontrar na Figueira

Buscas foram retomadas este domingo. Embarcação naufragada está a 200 metros da saída do porto.

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Dos oito pescadores, quatro sobreviveram, dois morreram e dois ainda estão desaparecidos Sérgio Azenha/Arquivo

O corpo de um dos três desaparecidos no naufrágio da embarcação Jesus dos Navegantes foi recuperado no sábado pelo helicóptero da Força Aérea, e o ferido mais grave morreu, cerca das 13h00, nos Hospitais da Universidade de Coimbra. A embarcação está próxima do local onde naufragou, 200 metros a sul da saída da barra, a cerca de 11 metros de profundidade, disse à agência Lusa o comandante do porto da Figueira da Foz, Rui Amado.

Este responsável indicou, ainda, que ao longo do dia de sábado foram encontrados a oeste do Cabo Mondego (a norte da zona do naufrágio), o casario da embarcação (parte de cima), extintores, sacos de roupa, sacos de comida, entre outros destroços. Sobre o dispositivo das buscas, disse que no mar esteve um salva-vidas da Marinha (Instituto de Socorros a Náufragos), um helicóptero da Força Aérea Portuguesa, que localizou e resgatou o corpo e localizou o casco do navio, e a corveta Baptista de Andrade (com uma tripulação de 70 homens). Em terra, estiveram meios da Polícia Marítima, dos bombeiros municipais da Figueira da Foz e da Cruz Vermelha Portuguesa.

O acidente deu-se por volta das 18h20 de sexta-feira. Cinco dos pescadores foram resgatados com vida após o acidente. O mestre da embarcação, Francisco Fortunato, de 40 anos, foi um deles, juntamente com Eurico João, de 26 anos, Francisco Ferreira, de 31, António Reijão, de 41 e Luís Santos, de 48 anos. Luís Santos, que estava em estado crítico quando foi encontrado, acabou por morrer por volta das 13h00 de sábado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Um dos três pescadores que faltava resgatar foi encontrado no sábado sem vida a três quilómetros da praia do Cabedelo. O seu corpo foi retirado das águas por um helicóptero da Força Aérea.

A forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída pode ter contribuído para o naufrágio da Jesus dos Navegantes. Essa é a tese do mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.

“Este barco foi engolido de lado”, diz José Festas, um antigo pescador que, como pertence à comunidade piscatória de Caxinas, zona de onde são originárias as vítimas do acidente. “Desde há dois anos e meio a três anos que isto está sempre a acontecer na Figueira da Foz”, refere.