Banco Alimentar espera que espírito de Natal supere crise na campanha deste fim-de-semana
Isabel Jonet acredita que campanha deste sábado e domingo pode superar a última recolha pela solidariedade dos portugueses e credibilidade que o trabalho da instituição tem.
Isabel Jonet explicou que ainda é muito cedo para fazer uma primeira avaliação do dia de sábado, prevendo-se que as primeiras estimativas só estejam prontas às 20h. “Tenho muita esperança e confiança na forma como os portugueses vão responder”, acrescentou, justificando que as pessoas já conhecem bem a instituição e sabem o trabalho que o Banco Alimentar desenvolve ao longo de todo o ano.
“Mesmo com as dificuldades, as pessoas já se habituaram a contribuir, através do seu trabalho [de voluntários] ou doando artigos, mostrando a sua generosidade e solidariedade”, reforçou, dizendo que a campanha de Dezembro sempre foi a mais forte em termos de donativos – até porque existiam os subsídios de Natal – e acredita que apesar dos cortes a tradição se mantenha pelo “espírito desta época” do ano.
Aliás, um estudo apresentado no início deste mês indicava precisamente que os portugueses estão cada vez mais solidários: 30% dos inquiridos no estudo Solidariedade e a Responsabilidade Social em Portugal: Onde Estamos? disseram contribuir de forma regular com donativos para acções de solidariedade social, enquanto em 2010 a percentagem se ficava pelos 11%. De acordo com o trabalho, os portugueses preferem ajudar através do donativo de bens alimentares (74%), seguindo-se o voluntariado (35%), os donativos em peditório de rua (31%) e os donativos no momento do pagamento de compras (27%). Quanto às acções de solidariedade social, o Banco Alimentar é a mais conhecida dos portugueses (32%).
A campanha nos supermercados acontece sábado e domingo em 1895 estabelecimentos nas 20 regiões do país onde o Banco Alimentar está presente (Lisboa, Porto, Évora, Coimbra, Aveiro, Abrantes, Setúbal, S. Miguel, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Terceira, Beja e Madeira) e conta com mais de 40 mil voluntários.
Contribuição também por vales ou online
As pessoas precisam apenas de aceitar um saco do Banco Alimentar e no final das compras devolver os produtos que querem oferecer, como leite, conservas, azeite, óleo, açúcar, farinha, massa e arroz, entre outros.
Será também possível contribuir até dia 8 de Dezembro através campanha “Ajuda Vale”, bastando para isso pedir um vale nas caixas dos supermercados com um código de barras específico para os produtos destinados aos Bancos Alimentares. A instituição tem ainda a possibilidade de doar alimentos através do site Alimente Esta Ideia.
Num comunicado a propósito da campanha, Isabel Jonet já tinha dito que “todos sabemos as circunstâncias críticas em que muitos portugueses vivem hoje no que toca a carências alimentares; mas também sabemos que é nestes momentos que a solidariedade cumpre ainda mais decisivamente o seu papel, contribuindo para ajudar as famílias com mais necessidades”.
Na altura, alertou que são cada vez mais as famílias, desempregados, crianças e idosos a recorrer ao apoio das instituições sociais apoiadas pelo Banco Alimentar. “Temos um crescimento do número de pedidos directos, mas temos também um grande crescimento dos pedidos por parte das instituições, que nos pedem o reforço do cabaz mensal que lhes é entregue, porque têm mais dificuldades; por outro lado, os Bancos Alimentares tiveram menos doações da indústria agro-alimentar, que redimensionou a sua produção devido à quebra do consumo em Portugal”, reiterou.
De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em 2012 foram apoiadas 2221 instituições de solidariedade que entregaram os produtos alimentares a mais de 389.200 pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou refeições confeccionadas, num total de 28.323 toneladas de alimentos, uma média diária de 113 toneladas por dia útil. Na última campanha realizada, os Bancos Alimentares contra a Fome conseguiram recolher um total de 2445 toneladas de géneros alimentares.