APAV atendeu 887 crianças e jovens vítimas de crime em 2012
Entre os menores atendidos pela associação, 12,9% não detinham nenhum nível de ensino, apesar de se encontrarem em idade escolar.
Das 8945 vítimas directas de crime que, em 2012, recorreram àquela associação, 887 eram crianças e jovens, com o grupo etário entre os 11 e os 17 anos a perfazer 45% dos casos.
No relatório relativo a 2012, a APAV escreve que a maior parte das crianças e jovens vítimas de crime pertence a famílias nucleares com filhos (41,3%), ainda que os núcleos monoparentais representem 26,3% das situações. No caso de 619 destas vítimas, os autores dos maus tratos foram os pais. Não surpreende, assim, que 579 destes crimes tenham sido cometidos em casa.
Relativamente aos autores destes crimes, 42,3% encontravam-se empregados e 24% eram dependentes de álcool. A associação faz notar ainda que 115 daquelas crianças (12,9%) não detinham nenhum nível de ensino, apesar de se encontrarem em idade escolar.
Em termos geográficos, o distrito de Lisboa foi aquele que somou mais crianças e jovens vítimas de crimes (80), seguindo-se os Açores (44), Faro (37) e Vila Real (20).
As 8945 vítimas de crimes que recorreram à APAV no ano passado traduzem um aumento de 29% relativamente a 2010. Paralelamente, aumentaram também os crimes registados pela APAV: 20.311 no ano passado, contra os 18.470 de 2011 e os 16.972 de 2010.
Entre os crimes registados, a violência doméstica continua a preponderar (16.970). Porém, perdeu importância percentual no total de crimes, ao mesmo tempo que aumentaram os crimes contra as pessoas (2538) e contra o património (494).
Na categoria dos crimes contra as pessoas, a APAV dá conta de dez homicídios consumados e 14 tentados, 48 sequestros, dois casos de tráfico de pessoas para exploração sexual e sete para exploração no trabalho, um caso de tráfico de pessoas para extracção de órgãos, sete raptos, 79 casos de violação de adultos ou crianças (em 2011, tinham sido 94) e 34 casos de assédio sexual com prática de actos sexuais.