Amadora-Sintra assegura escalas de seis médicos para a urgência

Face à dificuldade de contratar médicos "tarefeiros", Ministério da saúde autorizou que hospital pague mais de 30 euros por hora a estes profissionais.

Foto
Urgências nos hospitais diminuíram, mas não o suficiente NUNO FERREIRA SANTOs

Fonte oficial do Hospital Fernando Fonseca, conhecido como Amadora-Sintra, revelou que os esforços com vista à contratação de médicos resultaram em 11 clínicos garantidos, dos quais três através de empresas de prestação de serviços (profissionais que trabalham à tarefa) e os restantes pertencentes ao corpo clinico da unidade.

Estes 11 clínicos irão assegurar uma urgência com seis médicos, número ideal para o “banco” deste hospital, segundo a mesma fonte, que mesmo assim frisa que o objectivo da instituição é conseguir oito, tendo em conta o aumento da procura que é previsível acontecer a propósito das festas do final do ano e das condições meteorológicas actuais, com uma vaga de frio a afectar o país.

As negociações com as empresas prestadoras de serviços de saúde não foram bem sucedidas, mantendo-se dificuldades na angariação de profissionais por este meio, acrescentou.

Depois das dificuldades de acesso na noite de 25 para 26 deste mês, com esperas que ultrapassaram as 20 horas provocadas pela falta de médicos por doença e por um significativo aumento da afluência, o serviço de urgência geral retomou o seu funcionamento normal. 

Para prevenir que não se repita o caos vivido no Natal, na segunda-feira o hospital foi autorizado a recrutar sete profissionais em contrato individual de trabalho e dez médicos em regime de prestação de serviços.

Face às dificuldades na contratação de "tarefeiros", o Governo admitiu entretanto pagar mais do que os valores máximos estipulados (30 euros brutos por hora), como o PÚBLICO já tinha adiantado. Uma fonte do Ministério da Saúde admitiu à Lusa esta terça-feira que esses valores poderão ser aumentados, se continuarem a faltar médicos interessados. Esta medida está contemplada num diploma que prevê que, em situações consideradas excepcionais, a tabela de pagamento pode ser aumentada. “A base é de 30 euros/hora e com este diploma o Ministério da Saúde poderá ir além da tabela normal de pagamento”, frisou a mesma fonte.

Nesta altura em que o recurso às empresas prestadoras de serviços aumenta por parte de quem procura médicos, tanto nos hospitais privados como nos públicos, os profissionais da saúde optam pelo privado “onde são mais bem pagos”, alegou a mesma fonte.

Os profissionais do hospital voltam a pedir às pessoas servidas por esta unidade hospitalar para só se dirigirem ao serviço de urgência em caso efectivamente urgente.