Alunos do Secundário promovem "apitão" nesta quarta-feira

Os estudantes reclamam contra "a política de cortes na Educação aplicada anos a fio pelos governos do PSD/CDS e PS".

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Os deputados referem que a taxa de abandono no secundário ainda é elevada Foto: Daniel Rocha

Num texto em que é reclamada a demissão do Governo são enumerados os problemas identificados pelos jovens, entre os quais “a falta de mais de 6000 funcionários”, o “número excessivo de estudantes por turma”, a degradação das escolas que “precisam de obras urgentes” e o facto de os exames do 12.º ano avaliarem, este ano, os conteúdos programáticos de três anos lectivos.

“Essa carta aberta está a correr na net e a envolver os estudantes porque toda a gente se identifica com os problemas que ali são apontados. São mais ou menos os mesmos em todo o lado”, disse ao PÚBLICO Vasco Almeida, um dos organizadores do protesto na Secundária Filipa de Vilhena, no Porto.

Vasco, cujo número de telemóvel foi enviado para a comunicação social através de uma de várias mensagens electrónicas semelhantes que identificam os estudantes a contactar em cada escola, estava ontem a reunir apitos para o protesto barulhento. Não pertence a qualquer associação de estudantes e explicou que a organização dos protestos “está a ser feita através das redes sociais”, por grupos de alunos. “Não é muito complicado fazer isto. Há sempre alguém que trabalha nalgum lado e que consegue fazer umas fotocópias para distribuirmos pelos colegas. Depois, entre aqueles que estão mais envolvidos juntamos uns euros para comprar uns apitos”, descreveu.

Noutra escola do Porto, a Rodrigues de Freitas, Luís Miranda, que disse fazer parte da associação de estudantes, reclamou mais investimento na Educação. “Se formos ver, todos os problemas resultam da falta de dinheiro”, disse. Explicou ainda que as acções de protesto (em frente às escolas) não vão decorrer à mesma hora em todo o país e serão promovidas, de preferência, antes de aulas começarem, às 8h, ou nos intervalos, para não prejudicar as aulas.

Ana Costa Silva, aluna da Escola Secundária Diogo de Gouveia, de Beja, afirmou que naquele estabelecimento de ensino o protesto está a ser promovido por um grupo de alunos da Juventude Comunista Portuguesa. Lamentou a degradação dos espaços e a falta de aquecimento, “entre muitos outros problemas".

Maria Beatriz Tadeu é uma das alunas que subscrevem a mensagem do Liceu Camões, de Lisboa, em que são criticadas as intenções “de  destruição da escola pública” “ da política de direita, levadas a cabo pelos governos do arco dagovernação (PSD/CDS/PS)”. Segundo disse, os protestos estão a ser promovidos "por associações de estudantes de todo o país em resposta ao apelo dos colegas de Oeiras". Acrescentou, no entanto, que no caso do seu estabelecimento de ensino, em concreto, a associação de estudantes "não aderiu" à manifestação, pelo que é “um grupo de alunos a promover o protesto”. Não disse se esse grupo está ligado a alguma juventude partidária: “Não sei dizer”, afirmou.

Numa página de Facebook apontada pelos alunos como ponto de “encontro” dos estudantes que organizam os protestos, apareciam nesta terça-feira imagens de cartazes que estão identificadas como sendo de diversas escolas do país e nos quais é anunciando o "apitão".

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