Açores são a região mais católica do país e aquela onde mais se reza

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Próximo sínodo dos bispos sobre a família realiza-se em 2014 Rui Gaudêncio

Os Açores são a região mais católica do país e aquela onde as pessoas mais rezam, revela a segunda parte de uma sondagem da Universidade Católica para a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), apresentada esta quarta-feira em Fátima.

O estudo, que desta vez incidiu apenas sobre as práticas religiosas nas regiões autónomas dos Açores e Madeira, concluiu que 91,9% da população açoriana professa a religião católica, contra uma média nacional de 79,5% de católicos.

O coordenador do inquérito, Alfredo Teixeira, do Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa, fala “num quadro claro da região mais compactamente católica do universo da geografia das identidades em Portugal”.

Nas regiões autónomas sobressai entre os católicos um ligeiro predomínio das mulheres sobre os homens e um catolicismo mais jovem do que no continente. Por outro lado, diz Alfredo Teixeira, “a afirmação católica faz decrescer significativamente a presença de minorias religiosas” nas ilhas, com a Madeira a apresentar “a menor diversidade religiosa” do país.

O estudo hoje apresentado complementa o inquérito nacional apresentado em Abril, intitulado Identidades Religiosas em Portugal: representações, valores e práticas, que resultou de cerca de quatro mil inquéritos realizados em Outubro de 2011 em todo o país. O estudo, o mais vasto sobre identidade religiosa realizado em 12 anos, comparava com os dados obtidos num outro inquérito de 1999. Em ambos os casos, pretendia-se saber como os portugueses se situam perante a religião, a regularidade da prática, a frequência com que se reza ou o papel da religião na vida pessoal.

O estudo mostrou que o número de católicos no país caiu, em 12 anos, de 86,9% para 79,5%, situando-se agora nos 45,7% a percentagem de portugueses com mais de 15 anos que dizem que vão à missa regularmente (pelo menos uma vez por mês). Ao mesmo tempo, entre 1999 e 2011, aumentou o número de protestantes (incluindo evangélicos), de testemunhas de Jeová e de não-crentes.

Se os católicos diminuíram, a percentagem de pessoas com uma posição religiosa diferente da católica aumentou, de 2,7% em 1999 para 5,7% em 2011. Mas também o número de pessoas sem qualquer religião aumentou, de 8,2% para 14,2%. Por categorias, o aumento foi de 1,7 para 3,2 nos indiferentes, de 1,7 para 2,2 nos agnósticos e de 2,7% para 4,1% nos ateus.

A sondagem revelou ainda que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que mais contribui para a diversidade de posições religiosas em Portugal e é também aquela onde os não-crentes estão mais concentrados: mais de metade (55,2%) dos que não têm religião residem nesta zona do país. Já no que respeita aos católicos, eles estão sobretudo concentrados no Norte: 43,6% dos católicos do país estão nessa zona.

Por idades, os não-crentes e os crentes sem religião são maioritariamente mais novos, enquanto os católicos estão distribuídos por todos os escalões etários, mas estão cada vez mais envelhecidos. Quase metade (48,9%) dos que se afirmam como protestantes e evangélicos estão na faixa etária dos 25 aos 34 anos.

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