1.º de Maio será de estreia na UGT e de luta e festa na CGTP

Centrais sindicais falam de um dia para celebrar mas também de protesto e mobilização pelos direitos dos trabalhadores. Lisboa será o epicentro das principais manifestações.

Foto
Eleito há dez dias líder da UGT, Carlos Silva faz o seu discurso de estreia no 1.º de Maio Daniel Rocha

O protesto da União Geral de Trabalhadores (UGT) tem concentração marcada no Marquês de Pombal, pelas 14h, seguindo depois em desfile pela Av. da Liberdade rumo aos Restauradores. Carlos Silva resume assim aquelas que serão as palavras de ordem da central sindical: “Não à resignação, capacidade de resistência ao momento que estamos a atravessar, que é muito difícil para os portugueses, e não aos cortes que nos querem impor”.

O novo secretário-geral, eleito há apenas dez dias no XII Congresso da UGT, prefere não antecipar expectativas de adesão ao protesto. No entanto, reforça o “esforço redobrado” que o sindicato tem feito para uma mobilização forte que, “tendo em conta a situação do país”, deve ser uma “jornada simultaneamente de luta e mobilização”.

“Espero que amanhã [quarta-feira] a mobilização dos sindicatos seja algo que tenha visibilidade e indique uma forte participação dos trabalhadores, reformados e pensionistas”, diz Carlos Silva, para quem é prioritária a “defesa de trabalhadores da administração pública e do Estado”, que podem estar na iminência de “sofrer atentados aos direitos laborais”. “Temos de estar mobilizados e atentos”, conclui.

Esquerda em força nos protestos
Também a CGTP vai marcar o Dia do Trabalhador com acções de protesto, aqui sob o lema “Uma vida melhor, mudar de vida e de Governo”. As comemorações planeadas pela maior central sindical do país terão lugar em mais de 39 locais, com manifestações de Norte a Sul do país.

Joaquim Dionísio, da Comissão Executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), espera uma grande adesão ao protesto do 1.º de Maio, um dia que “é o ponto alto da luta dos trabalhadores mas que não será o último, porque a luta não pode parar”.

"Vamos ter uma grande mobilização dos trabalhadores e as razões para essa mobilização são mais que muitas. Vamos comemorar e, simultaneamente, manifestar o sentimento de revolta contra as medidas do Governo", diz. “Os motivos são mais que muitos para reagir e mobilizar os trabalhadores até que haja políticas adequadas à criação de emprego que permitam aos portugueses viver dignamente”, acrescenta ainda sobre as motivações por trás do protesto.

Enquanto no Porto a acção da CGTP irá decorrer na Avenida dos Aliados — onde, a partir das 15h30, haverá um comício seguido de desfile e concerto —, em Lisboa está marcada uma marcha que partirá do Martim Moniz, por volta das 14h30, em direcção à Alameda D. Afonso Henriques, onde a comemoração atinge o seu ponto alto com o comício e o discurso do secretário-geral, Arménio Carlos, mas também da parte da ala jovem da central sindical.

Sobre o discurso de Arménio Carlos, Joaquim Dionísio garante que “não deixará de fazer um alerta para a situação actual e com certeza, tendo em consideração a realidade presente, não deixará de apontar o caminho e novas acções de luta se não forem alteradas as medidas do Governo”.

O PCP, Bloco de Esquerda (BE) e Verdes (PEV) vão estar representados nas comemorações da CGTP, com o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, e uma delegação do PEV encabeçada pela dirigente nacional Manuela Cunha a marcarem presença no desfile de Lisboa. Já os líderes do BE vão dividir-se pelos festejos: João Semedo estará no de Lisboa e Catarina Martins no do Porto.

Já o PS terá representação primeiro no desfile da CGTP e depois no da UGT, numa delegação encabeçada pelo secretário nacional Miguel Laranjeiro e que integra ainda Jamila Madeira, Álvaro Beleza e Nuno Sá.

Sugerir correcção
Comentar