12 ideias para Portugal em ano de eleições
Estaríamos melhor, se seguíssemos os bons exemplos dos outros. E fomos à procura desses exemplos.
2015 é um ano de viragem. Em Setembro/Outubro os portugueses serão chamados a votar e por esta altura os partidos estão a ultimar os programas eleitorais. Ao contrário de 2011, em que os partidos, mesmo antes das eleições, já sabiam que teriam de governar segundo a cartilha da troika, desta vez as escolhas serão nossas. Condicionadas pelo espartilho do Tratado Orçamental.
Num ano que deverá ser de reflexão e de escolhas para o futuro, o PÚBLICO está a fazer um périplo por oito países da União Europeia à procura das soluções que foram encontradas nessas regiões para resolver problemas idênticos aos nossos. São 12 reportagens em 12 semanas e que começamos hoje com uma de três visitas a França para descobrir o segredo que levou o país a conseguir inverter o declínio demográfico.
Mas também vamos a algumas regiões no interior ver como se conseguiu combater a desertificação e perceber como o investimento francês em cultura está a ajudar a economia.
E como é que a Polónia logrou reconverter a sua indústria? Ou dar um salto de gigante nos rankings de educação? São melhores em matemática, leitura e ciências. Na Holanda, a proximidade permitiu baixar os custos de saúde e no Reino Unido vamos saber por que é que os mais idosos envelhecem com mais qualidade de vida.
Vamos espreitar a administração pública e a privada na Eslovénia, que lidera os rankings de transparência. Na Galiza vamos pescar ideias para mostrar como transformar o sector pesqueiro. Mais a norte, na Suécia, perguntámos por que é que o sistema de pensões do país é sustentável e o nosso nem tanto. E na Dinamarca por que é que todos pagam impostos a horas, mesmo sem uma máquina tributária hostil para o contribuinte. No centro da Europa, na Áustria, existirá algum segredo para ter um desemprego jovem tão baixo?
Será o nosso contributo para um debate de ideias informado. Ideias dos outros, mas que, com as devidas adaptações, nos poderão servir de exemplo e inspiração.
No arranque, e como somos cada vez menos, e as estatísticas do INE dizem que em 2060 seremos apenas 6,3 milhões de habitantes, fomos a França perceber por que tem hoje o mais alto índice de fecundidade e nós dos mais baixos a nível da União. E a conclusão é que os franceses têm um sem-número de políticas amigas da natalidade, que já vêm sendo lançadas há décadas, de uma forma consistente e coerente, e que não mudam consoante o governo em funções seja de esquerda ou de direita. Cá, um governo decide dar um abono de família e chega outro e tira. Um introduz o quociente familiar, e o outro na oposição já diz que se for governo vai mudar tudo.
E o que pensa alguém que esteja no desemprego em França e que gostaria de ter um filho? “Vamos ser ajudados, não vai ser assim tão difícil.” Por cá infelizmente são poucos os que pensam assim.