PCC, o gang que nasceu na prisão
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O Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que estará por trás da onda de violência em São Paulo e das revoltas nas prisões, foi criado por oito reclusos, em 1993, no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté (a 130 quilómetros de São Paulo), local para onde eram transferidos os mais indisciplinados - os que matavam nas prisões ou lideravam motins. Os seus membros alegavam que o PCC tinha nascido para "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e para "vingar" o massacre de 111 reclusos em 1992, na monumental prisão de Carandiru. Segundo a Folha de S. Paulo, os membros do PCC devem pagar uma contribuição mensal. Quando não cumprem e contraem dívidas são convocados para praticar ataques como os dos últimos dias - caso contrário, são ameaçados de morte, com os seus familiares. Calcula-se que cerca de 100 mil reclusos no estado de São Paulo sejam membros activos do grupo. Oito líderes do PCC - incluindo o seu chefe máximo, Marcos Willians Herbas Camacho, 38 anos, conhecido como Marcola e detido por assalto a bancos - estão entre os 765 prisioneiros transferidos na quinta-feira para uma prisão de alta segurança, o que terá desencadeado os acontecimentos dos últimos três dias.
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Não há portugueses afectados em São Paulo
O conselheiro das comunidades no Brasil, António de Almeida e Silva, disse ontem à agência Lusa que não há registo de portugueses afectados pela violência dos últimos dias em São Paulo, apesar de estarem "apreensivos" e com "medo". A comunidade portuguesa no estado de São Paulo é de cerca de 400 mil pessoas, incluindo luso-descendentes. António de Almeida e Silva, também presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, que reúne 30 associações, adiantou que os portugueses estão "a fazer a vida normal" e que todos os estabelecimentos comerciais de emigrantes estão abertos. O conselheiro destacou que os portugueses "estão a ser indirectamente atingidos" porque a maior parte dos autocarros que circulam em São Paulo são propriedade de cidadãos lusos. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, disse ontem em Bruxelas que a rede consular recebeu instruções para apoiar os portugueses na sequência da violência dos últimos dias.