Viver entroikado: Haverá alguém ou alguma coisa no mundo pior que o Seguro?

Basicamente, para a maioria dos políticos/comentadores António José Seguro é mau de mais para ser verdade. O Seguro não tem força, não tem palavra, não tem jeito, não tem propostas, não sabe fazer oposição, é cobarde, é cansativo e tem as orelhas tortas.

Se o Seguro fala é porque fala e não devia falar. Se não fala é um palerma que passa a vida calado. O Seguro fica mal de fato e gravata, e sem fato não tem jeito. O Seguro perde os debates todos com o Passos, com o Gaspar, com o Jerónimo e com o Bloco de Esquerda.

O Seguro tem medo do António Costa, treme só de ver José Sócrates na televisão e até os caniches do Passos o deixam em pânico. O Seguro não tem chama, não tem garra, não motiva, não anima, só desanima, fala devagarinho e é magro. O Seguro não dá um murro na mesa porque não sabe distinguir uma mesa de um pechiché.

O Tó-Zé não tem uma ideia para o país e para a Europa, tem uns óculos foleiros e pêlos no nariz. Não é de esquerda, nem de direita, não é carne nem é peixe. É um pão sem sal.

O Seguro escreve cartas, o Seguro tem reuniões, o Seguro anda pelo país, faz discursos de improviso e quando são escritos ainda são piores.

Para a classe política/bitaiteira, o Seguro estava na hora certa no lugar certo e por isso chegou a líder do PS, mas não devia ter chegado porque mal sabe comer com faca e garfo e provavelmente nem lava os dentes.

O Seguro não servia nem para porteiro do Rato, quanto mais para secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. Há mesmo gente que se engasga quando tem de juntar as palavras secretário-geral, primeiro-ministro e Seguro.

Enfim, o Seguro é um totó, uma ave de agoiro, um bicho careta, o papão debaixo da cama de cada criança.

No meio de tanto tiro ao inexistente Seguro algumas coisas ficam por dizer. Seguro tem 30 anos de política, trabalhou directamente com alguns dos principais líderes do PS, tem obra feita no partido, que conhece como poucos, e na Assembleia da República. Já se esqueceram que, entre outras coisas, é graças a Seguro que o primeiro-ministro vai hoje de 15 em 15 dias ao Parlamento prestar contas?

Não foi Seguro a votos do PS? Foi, por duas vezes, com concorrência e sem concorrência, e ganhou.

Ao contrário do que se verificou no passado recente do PS, promove o diálogo e o debate de ideias. No partido, mesmo entre os que não estão de acordo com ele, é conhecido pela sua seriedade e firmeza na palavra. Tem propostas para o país e fala delas quase todos os dias.

Afinal o que é que Seguro não tem e que tinham Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates ou Passos Coelho? Não estavam também todos eles no lugar certo na hora certa? Algum deles estava mais preparado para Governar o país que Seguro? Não foram também todos eles, especialmente Barroso, burros de enfardar de muitos destes comentadores quando eram líderes na oposição?

Nada disto interessa para a maioria dos políticos/paineleiros televisivos que “comeram” a ideia lançada pelos blogueiros sociais-democratas há uns meses de que Passos Coelho pode não ser Deus na terra, mas é melhor não lhe tocar porque Seguro seria pior para o país que as dez pragas do Egipto e a crise que o país atravessa não está para aventuras ou reinações.

Seguro, ao contrário da Colômbia de Cavaco Silva, vai continuar a não estar na moda, mas está escrito nas estrelas que muito possivelmente vai ser primeiro-ministro. E aí é que se vai ver se o melão é doce ou se sabe a pepino.

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