A comissão parlamentar de inquérito sobre a actividade da Fundação para a Prevenção e Segurança ouve hoje os ex-ministros da Administração Interna Jorge Coelho, Fernando Gomes, o ex-ministro da Juventude e Desporto Armando Vara e os ex-secretários de Estado, Luís Patrão e Luís Parreirão.

As dúvidas em torno da Fundação para a Prevenção e Segurança, uma entidade privada mas gerida com dinheiros públicos e por membros do Governo, vão ser primeiro esclarecidas por Jorge Coelho, ministro da Administração Interna à data da criação da fundação. A fundação já foi extinta, a 4 de Janeiro, depois de uma polémica que resultou na demissão de Armando Vara, secretário de Estado adjunto de Jorge Coelho, que criou a fundação, e de Luís Patrão, secretário de Estado da Administração Interna de Fernando Gomes, sucessor de Coelho. No rol dos convocados está também Luís Parreirão que, como secretário de Estado da Administração Interna no ministério de Coelho, assinou o despacho de criação da fundação, da autoria de Armando Vara, recorda a Lusa.
Já ouvidos pela comissão, o actual ministro da Admnistração Interna, Nuno Severiano Teixeira, pediu um novo parecer à Procuradoria-Geral da República sobre o facto de a fundação ter sido criada sem património próprio e com recurso a fundos públicos. Tomé Falcão, presidente da fundação também já questionado pela comissão parlamentar, admitiu muitas vezes ter tido dúvidas sobre a legalidade da fundação mas garantiu que obedeceu sempre às orientações de Armando Vara. Falcão chegou mesmo a adiantar que a fundação nunca chegou a cumprir o objectivo para o que foi instituída - criar um centro de formação na área da segurança rodoviária e um centro de documentação.
As audições em sede de comissão de inquérito vão prolongar-se hoje por todo o dia, devendo também ser ouvidos alguns dos fundadores da FPS.