Testemunho a Eanes é um apelo moral, ético e cívico

Ao fim da manhã desta quarta-feira é apresentada em Lisboa o testemunho público ao cidadão António Ramalho Eanes.

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João Cordeiro diz ser uma grande honra ter Ramalho Eanes como mandatário na sua candidatura PÚBLICO

“Este testemunho não visa qualquer promoção de natureza política, pretende salientar os comportamentos do cidadão Ramalho Eanes”, ressalva Loureiro dos Santos, companheiro de armas do antigo Presidente. “É natural que surjam aproveitamentos políticos”, admite. Contudo o que o motiva não é a grelha de partida das próximas eleições presidenciais ou o germe de um novo partido ou associação política. “Não se pode ignorar o comportamento de Ramalho Eanes sempre marcado pela honra, dignidade, coragem e sentido de Estado”, sublinha.

“Tal como em 15 de Setembro de 2012, quando a sociedade civil se manifestou e teve voz nas decisões da sociedade portuguesa numa iniciativa suprapartidária, achamos que é preciso encontrar voz para esta sociedade civil que exige um outro tipo de atitudes e comportamentos à classe política”, refere Castro Henriques. “Estamos a propor a transparência”, precisa.

Da comissão cívica que apoia o testemunho constam, entre outros, Artur Santos Silva, António Rendas, Belmiro de Azevedo, Rui Veloso, Aires Barros, Rui Rangel, Bagão Félix, António Capucho, João Proença, Vasco Lourenço, Rosa Mota, Leonardo Mathias, António Saraiva e Vasco Lourenço. A 25 de Novembro – “a data em que Ramalho Eanes nasceu para a vida pública”, como refere Loureiro dos Santos, Guilherme D´Oliveira Martins, Garcia Leandro e João Lobo Antunes falarão de Eanes como estadista, militar e cidadão. Depois, António Barreto anunciará a criação do prémio Responsabilidade e Cidadania António Ramalho Eanes, um galardão bienal no valor de 50 mil euros. Os patrocinadores são: Sonae, Mota Engil, Silampos e Fercit. No grande auditório da FIL, em Lisboa, decorrerá, ainda, uma mesa-redonda com os jornalistas Henrique Monteiro, Fernando Dacosta e José Alberto Carvalho moderada por Fátima Campos Ferreira.

“Não estão envolvidos militares no activo”, destaca Loureiro dos Santos. O general enumera episódios do que considera o percurso ímpar de Eanes: ficou com o ordenado de militar, de Chefe do Estado Maior das Forças Armadas; recusou a promoção a marechal; não quis receber os retroactivos do vencimento dos ex-Presidentes da República. “Mostrou desprendimento”, sintetiza.

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