Em cima da mesa, no Hotel Holiday Inn, estarão questões relacionadas com a governação da actual coligação PSD/CDS, concretamente o agravamento da austeridade, o sucessivo corte nas pensões e nos salários dos funcionários públicos, desde que Teixeira dos Santos deixou de ser governante em 2011. Estará em discussão também a “apatia democrática” que o país revela face à política de cortes.  

Foi com Teixeira dos Santos, no âmbito do PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) que se deu início aos cortes nas pensões douradas e se implementou a regra de não se poder acumular a pensão com o vencimento com efeitos retroactivos. 

Fernando Teixeira dos Santos, professor universitário e ex- Ministro das Finanças do governo socialista de José Sócrates, foi considerado um “super-ministro” por ter acumulado duas pastas: a do Ministério das Finanças e de Estado e a do Ministério da Economia.                                                                                                            

O final da legislatura ficou “manchado” pelo afastamento de Teixeira dos Santos e do então primeiro-ministro. Os dois estão de costas voltadas desde que Portugal pediu ajuda financeira à troika, em Abril de 2011.

O moderador do debate, Joaquim Jorge, deverá questionar o antigo ministro das Finanças sobre algumastemáticas relacionadas com as medidas orçamentais tomadas pelo executivo de Passos Coelho - a subida da CES (Complemento Extraordinário de Solidariedade), com a qualTeixeira dos Santos não concorda (o ex-ministro já deu a conhecer que preferia um aumento do IVA, em de vez da subida da CES). A Reforma do Estado, apresentada por Paulo Portas, também foi um tema alvo de críticas. Para Teixeira dos Santos, o documento da Reforma do Estado assemelha-se a um "trabalho escolar".

São conhecidas as divergências entre Teixeira dos Santos e Sócarates relativamente ao pedido de resgate financeiro – José Sócrates, que rejeitava a emergência de um programa de ajuda financeira, chegou a acusar o ex-ministro das Finanças de traição, por este ter defendido a necessidade do país ser alvo de ajuda externa.

Em relação ao programa de resgate, que termina a 15 de Maio, deverão ser colocadas questões no sentido de clarificar as posições tomadas em 2011, concretamente a ruptura com Sócrates.Teixeira dos Santos também deverá falar das suas expectativas para o país no pós troika.

Joaquim Jorge, promotor dos debates do Clube dos Pensadores, está em conversações para que os convidados dos próximos debates sejam Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Moreira, Jerónimo de Sousa e Arménio Carlos (CGTP), naquele que é o 8ª aniversário do Clube.