Swaps: PS acusa ministra das Finanças de “comportamento inaceitável”
Socialistas criticam o facto de Maria Luís Albuquerque ter defendido Pais Jorge, argumentando que os documentos que o ligavam à polémica eram falsos.
A deputada Ana Catarina Mendes considerou ter-se tornado “evidente” que Maria Luís Albuquerque é culpada por ter veiculado “um conjunto de falsidades”, aquando da demissão do ex-secretário de Estado do Tesouro Joaquim Pais Jorge, ao referir a possibilidade da existência de documentos forjados, tornados públicos na altura. Uma “história” que ficou “demonstrada como falsa” pela investigação da PGR, acrescentou.
A governante foi ainda criticada pela deputada do PS por ter lançado “suspeitas” sobre outras entidades, que ao longo das últimas audições na comissão de inquérito têm desmentido a governante. Ana Catarina Mendes confirmou ainda tencionar “confrontar” a ministra na sua audição na comissão de inquérito, agendada para dia 28 deste mês. Será a terceira vez que a ministra irá ao Parlamento por causa da polémica dos swaps.
As acusações do PS surgem depois de a PGR ter divulgado uma nota, na terça-feira, em que concluía que os documentos que provavam o envolvimento de Pais Jorge na negociação de swaps para reduzir o défice não tinham sido manipulados. A conclusão foi retirada depois de a própria ministra das Finanças ter feito uma participação para se apurar se os documentos eram falsos.
Quando os documentos foram divulgados, em Agosto deste ano, as Finanças saíram em defesa do ex-secretário de Estado do Tesouro, enviando um esclarecimento em que anexavam aquele que diziam ser o documento verdadeiro. A principal diferença é que, neste último, não surgia qualquer referência ao nome de Pais Jorge, que já regressou ao lugar de origem na Estradas de Portugal.
O antigo governante, que acabou por se demitir do cargo em Agosto na sequência desta polémica, esteve presente, enquanto quadro do Citigroup, em reuniões com elementos do antigo Governo PS para vender swaps.
Estes mesmos instrumentos tornaram-se polémicos este ano pelo facto de terem gerado perdas potenciais superiores a 3000 milhões de euros nas empresas públicas. Dos contratos celebrados, 69 foram cancelados, tendo o Estado pago aos bancos mais de 1000 milhões de euros para concretizar essa liquidação antecipada.