Suspeito no caso dos 74 sírios com passaportes falsos foi libertado na Guiné-Bissau

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O homem, de 51 anos, comerciante, foi posto em liberdade na terça-feira à noite após 14 dias detido nas instalações da Polícia Judiciária em Bissau.

O suspeito é apontado no relatório de uma comissão de inquérito do Governo guineense de ser o autor da ida de Marrocos para Bissau dos sírios, tendo tratado da sua logística na capital guineense até ao seu embarque forçado no avião da TAP para Portugal, no passado dia 10.

A fonte não especificou as razões do regresso à liberdade do suspeito.

Em conexão com este caso e referenciado como sendo o autor da "pressão via telefónica" do pessoal da TAP para o transporte dos sírios, o ministro do Interior guineense, António Suca Ntchama, foi ouvido no Ministério Público na segunda-feira. Suca Ntchama foi ouvido enquanto principal suspeito do incidente com o avião da TAP, confirmou Basílio Sanca, advogado do governante.

O advogado de Suca Ntchama disse, esta quarta-feira, que continua a aguardar pelo despacho dos magistrados que ouviram o ministro para saber se o governante fica com alguma medida de coacção ou se é ilibado. "Tanto eu, na qualidade de advogado, como o ministro Suca Ntchama, não recebemos nenhuma notificação com o despacho do Ministério Público", afirmou Basílio Sanca.

O ministro colocou o lugar à disposição do Presidente guineense de transição, mas continua a ser visto no ministério do Interior, escoltado por homens armados e fardados.

O governante foi ouvido depois de terem sido divulgadas parte das conclusões da comissão de inquérito do Governo guineense, que referiu que Ntchama “exigiu” o embarque dos sírios, alegando questões de segurança nacional.

Em reacção a estas conclusões da comissão de inquérito, o Governo português reiterou que o "embarque forçado" de passageiros sírios por coerção de autoridades guineenses é "inaceitável", e aguarda que sejam retiradas as "consequências" e que seja garantido que situações semelhantes não se repetirão. "O Governo português reitera que o sucedido (…) é absolutamente inaceitável", declarou o ministério de Rui Machete.