Seguro quer Sines como plataforma logística internacional

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“Até ao final do ano [o PS vai apresentar] uma proposta de alteração da lei eleitoral", garantiu Seguro Daniel Rocha

“Precisamos de ligar Sines ao mundo pela via marítima e de ligar Sines à Europa pela via ferroviária”, afirmou António José Seguro no encerramento da conferência distrital “Conhecimento e economia do mar”, integrada na convenção Novo Rumo Para Portugal, que os socialistas estão a promover.

“Temos o porto de Sines, do melhor que há no mundo. Foi feita uma melhoria nos últimos anos graças ao Governo socialista, ao nível dos terminais, equipamentos, segurança, gestão, simplificação de processo administrativos”, descreveu António José Seguro, reconhecendo que será, no entanto, necessário mais algum investimento para “passar à acção”. A solução, adianta, é ir buscar fundos comunitários do quadro que arranca este ano para, por exemplo, as obras prioritárias do terminal 21.

“O alargamento do canal do Panamá proporcionou enormes potencialidades para o porto de Sines”, insistiu Seguro, que dedicou boa parte da sua intervenção a falar desta infra-estrutura. “Como dizem dirigentes do Panamá: cada vez que abrem a janela e olham em frente vêm Sines. Pois bem, nós devemos ser atractivos e ter capacidade para receber mais navios de grande porte”, disse o secretário-geral do PS. Além disso, vincou, “é também necessário que Sines não se transforme apenas num receptáculo de contentores ou de navios que aqui fazem paragem. Temos que transformá-la numa grande plataforma logística, de uma dimensão intercontinental que possa ajudar à nossa economia.”

Ora, sendo o mercado nacional reduzido, com apenas 10 milhões de consumidores, a ligação a Espanha, que alarga esse horizonte para 57 milhões de pessoas, é fundamental. Daí até ao resto da Europa é um pulo. Para isso, é “fundamental” a ligação por via ferroviária entre Sines e Madrid. O primeiro passo é construir os 92 quilómetros que faltam entre Évora e Elvas, defendeu Seguro, que mostrou preocupar-se com os custos, mas que prefere ver estes em particular como uma forma de potenciar desenvolvimento e por isso considera importante “não adiar este investimento”.

Até porque essa é a maneira certa de olhar para Sines: de forma “integrada”. O que implicaria, sugere António José Seguro, criar um espaço naquela zona costeira para instalação de novas empresas transformadoras. “Ou seja, olhar para Sines não apenas como plataforma logística por onde entram e saem mercadorias, mas também como um local onde se podem instalar empresas de transformação de matéria-prima em produto acabado, onde os contentores chegam com matéria que entra imediatamente numa linha de produção” e levantam âncora depois de carregarem os produtos acabados que saem dessa linha de produção, descreveu.

Este projecto socialista integra aquilo que Seguro designou como a “prioridade política para o próximo governo de Portugal, para o nosso Governo: o mar”. Para isso, é preciso reconhecer a importância económica de muitas actividades associadas ao mar, como a pesca, o turismo de praia, mergulho ou cruzeiro, o transporte de mercadorias, a actividade portuária, a construção e reparação naval, as energias renováveis e o potencial da biodiversidade. A que se soma a ciência e a investigação, que deve ser colocada ao serviço da economia – essa pode, por exemplo, ser a vocação do Banco de Fomento, lembrou Seguro.

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