Seguro diz que país precisa “menos de palavras e mais de acção”

Líder socialista não gostou da expressão "união nacional" usada por Passos Coelho para voltar a aliciar o PS.

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António José Seguro Nuno Ferreira Santos

"Eu considero que o nosso país precisa menos de palavras e mais de acção. E quem apela à união tem de se recordar do que fez durante dois anos: desunir os portugueses, criar pobreza, criar miséria e criar desemprego”, disse António José Seguro, questionado em Viana do Castelo pelos jornalistas.

“Confesso que não gostei da expressão 'união nacional' porque ela está associada a um dos piores períodos da história do nosso país”, sublinhou.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apelou sexta-feira a um acordo e convergência de objectivos com o PS, para além da actual legislatura. “Desde que tenhamos os pés assentes na terra e sejamos realistas - quer dizer, não comecemos a estabelecer objectivos que estão manifestamente para além daquilo que as condições nos permitem -, então é possível vencer e ultrapassar obstáculos e conseguir um clima de união nacional. Não é de unidade nacional, é de união nacional, que permita essa convergência”, disse Passos Coelho, discursando em Pombal na sessão solene de abertura das Festas do Bodo.

O primeiro-ministro sublinhou que o actual quadro fiscal, que classificou de “adverso às empresas”, necessita de ser melhorado.

Já António José Seguro colocou o diálogo na base da discussão parlamentar. “Uma coisa é dialogar, outra coisa é encontrar soluções concretas. Aquilo que nós apresentamos são propostas concretas no âmbito parlamentar, onde todos os partidos dialogam. Aquilo que é fundamental é passar das palavras aos actos”, afirmou o líder socialista, que falava aos jornalistas em Viana do Castelo, à margem da apresentação do candidato à câmara local, e actual autarca, José Maria Costa.

António José Seguro garantiu, ainda, que as recentes propostas para dinamizar a economia que o PS apresentou e que foram chumbadas pela maioria na Assembleia da República, vão voltar a ser submetidas ao Parlamento.

“Se há vontade [de diálogo], ela vem tarde, perderam-se dois anos, mas no parlamento há propostas e o PS contribuirá com mais propostas. Para nós, o mais importante é resolver os problemas dos portugueses, estando ou não no Governo, estando ou não na oposição”, disse ainda.