Seguro defende mudança de política, mas recusa moção de censura ao Governo

Líder do PS afirma que o seu papel é fazer “oposição construtiva e séria”, escutando os problemas dos portugueses e apresentando soluções.

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Seguro reafirma o compromisso do PS com as metas do memorando, mas não com as medidas Miguel Madeira

Questionado pelos jornalistas à margem de um encontro com empresários em Castelo Branco sobre se vai apresentar uma moção de censura ao Governo, António José Seguro refutou esse cenário. “Faço oposição construtiva e séria: escuto os portugueses, os seus problemas e apresento soluções”, respondeu, considerando desempenhar o papel “que se exige ao líder da oposição: que apresente alternativas”, o que o PS tem feito.

Seguro exemplificou com propostas para apoio à tesouraria de pequenas e médias empresas que tinha apresentado minutos antes, num encontro com empresários. “Eu não gostaria que fosse este o Governo do país, não votei nele e estou convencido que muitos dos que votaram querem uma mudança rápida”, referiu, mas recusa a instabilidade política: “A minha preocupação é encontrar soluções e bater-me para que sejam aprovadas.”

Seguro classificou como “notícias negras” os dados de sexta-feira da apresentação do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, sobre a sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal.

O Governo anunciou que vai lançar um programa de rescisões por mútuo acordo na Função Pública já em 2013, mas não adiantou ainda detalhes. As metas para o défice orçamental deste ano foram novamente revistas, sete meses depois, passando para os 5,5% do PIB, superior ao objectivo para 2012. O Governo também reviu em alta as projecções para o nível da dívida pública nos próximos anos.

“O que eu ouvi foram notícias negras, com aumento de desemprego. Quando é que isto para?”, questionou Seguro, considerando que “um país que está a caminho de mais de um milhão de desempregados precisa desesperadamente de emprego”.

O líder da oposição disse estar “concentrado” em apresentar propostas para que Portugal “saia deste caminho: se o Governo não tem soluções, que aceite as do PS”. “O que é que falta para a Governo e o primeiro-ministro perceberem que é preciso mudar de caminho, apostar no crescimento económico e no emprego?”, perguntou.