Schulz admite "ajudar" feirantes no IVA e no transporte

Presidente do Parlamento Europeu está de visita a Portugal, onde se encontrará com representantes dos feirantes e dos sem-abrigo

Apoio prometido no IVA e nos custos de transporte. Foi esse o resultado da reunião do presidente do parlamento europeu, Martin Schulz, com o presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Diversão (APED), Luís Paulo Fernandes, no Centro Europeu Jean Monnet em Lisboa.

O encontro realizou-se a pedido de Martin Schulz, que segundo a Lusa deixou os empresários “surpresos”. “Foi uma surpresa. Nós somos nómadas, andamos de terra em terra e o presidente do PE está preocupado e contacta-nos para estar ao corrente as nossas preocupações”, admitiu Fernandes. Tanto à chegada como à saída, Schulz foi recebido com aplausos e cartazes de apoio. O “homem do povo”  não fez promessas mas mostrou-se solidário, tal como tinha feito há cinco meses, quando se dirigiu aos manifestantes nas escadas da Assembleia da República. “Os ricos deviam pagar mais que os pobres, em Portugal os pobres são ignorados e os ricos são apoiados” alertavam os cartazes escritos em inglês dos cerca de 50 manifestantes que ansiavam o resumo da reunião do presidente da associação.

Já passava do meio-dia quando Schulz e Luís Paulo Fernandes terminaram a reunião, na qual o presidente da associação terá entregue a Schulz um abaixo-assinado e um conjunto de propostas e reivindicações. Schulz dirigiu-se uma vez mais aos manifestantes, agradecendo o seu apoio. "Podemos ajudar em dois pontos, IVA e custos de transporte” foi o resumo das conclusões feito pelo presidente do Parlamento Europeu, que se deslocou de seguida até à Câmara de Lisboa.

O presidente da associação disse estar “contente” com a conversa “olhos nos olhos”, com Schulz que deu “muita força” e assegurou que a reunião com o presidente do parlamento europeu não se tratou de “fazer queixinhas”. Para Luís Paulo Fernandes “há discriminação”, a cultura transformou-se em lazer, e “o lazer é para os ricos”. “Não pedimos privilégios”, esclareceu, explicando que “é preciso olhar para os pequenos sectores” que, segundo o presidente da APED, “estão todos à taxa reduzida”. Questionou a inexistência de uma feira popular de Lisboa, pedindo que se “fundamentem as decisões” para uma “defesa da cultura”. Luís Paulo Fernandes chamou ainda a atenção para a “adaptabilidade” das directrizes europeias e não somente a sua “tradução”, e apela ao “diálogo e humildade” dos políticos portugueses. Aos empresários manifestantes “de todos os partidos” assegurou queo sucesso para a situação era uma questão de “persistência”. “Lutem, não sejam submissos”, rematou. 

Horas antes, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, assumira a expectativa que do próximo Conselho Europeu venham a sair decisões capazes de enfrentar o problema do desemprego jovem na Europa. A Europa precisa “de acabar com declarações agradáveis”, até porque “os cidadãos esperam acções concretas”, disse, depois de um pequeno-almoço com o secretário-geral do PS, António José Seguro, esta quarta-feira, em Lisboa. “A nossa esperança é que do Conselho Europeu [de 27 e 28 de Junho], em Bruxelas, saiam finalmente medidas concretas para o item político mais importante contra o qual lutamos hoje: o desemprego jovem”, afirmou Schulz. 
O político alemão defendeu a aplicação imediata das verbas já previstas – cerca de seis milhões de euros – depois de ter lembrado terem já sido gastos “700 mil milhões de euros [que foram concedidos] para a segurança do sistema bancário”. “Não precisamos da luta [contra o desemprego jovem] para 2020, precisamos agora. É um dos passos concretos que esperamos na próxima semana [no Conselho Europeu]”, insistiu.

Martin Schulz lembrou que a percentagem de jovens desempregados com menos de 25 anos pode ser de 20, 30 ou 50%, já que “varia de região para região”, mas que um valor “mais alto do que 20% é completamente inaceitável.<_o3a_p>
 
 

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