Será a primeira vez que num congresso do PS independentes irão usar da palavra em palco, no âmbito dos trabalhos de discussão da estratégia global que o partido irá adoptar para o combate político e a conquista da governação do país.

Outra inovação que António Costa trará aos congressos do PS é quanto aos convidados que assistem à sessão de encerramento. Aqui a novidade é o convite a um partido que não tem assento parlamentar: o Livre. Refira-se que António Costa discursou, como convidado, no I Congresso do Livre, que se realizou a 5 de Outubro. Então já António Costa tinha vencido as primárias e era candidato dos socialistas a primeiro-ministro, além de ser candidato a secretário-geral do PS, cargo para o qual foi eleito no dia 22 de Novembro.

Procurando manter o rumo que delineou para o XX Congresso, que se realiza no Pavilhão da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, e que este não seja contaminado pelo facto de o ex-líder do PS e ex-primeiro-ministro José Sócrates estar em prisão preventiva sob suspeita de fraude fiscal, branqueamento de capitais e de corrupção, António Costa pretende fazer um congresso virado para fora e que seja um momento de afirmação política e de construção de uma alternativa de Governo, soube o PÚBLICO.

Na perspectiva de fazer um Congresso onde se estabeleça um espírito de abertura do PS à sociedade, António Costa decidiu levar ao palco do Pavilhão da FIL um conjunto de independentes que são próximos do PS e com cuja contribuição deseja contar para afirmar a sua estratégia política e para construir um programa eleitoral e de governo.

Quanto aos convidados a discursar no estatuto de independentes, sublinhe-se que António Sampaio da Nóvoa é um dos nomes que na esquerda tem sido falado como hipótese de candidato a Presidente da República. Um facto que foi destacado ao PÚBLICO por uma personalidade do PS próxima de António Costa. Isto porque os socialistas podem ter que optar por uma nova hipótese de candidato ao Palácio de Belém no caso de António Guterres não avançar para uma candidatura a Presidente da República.

Já Reis Novais, professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa e especialista em presidencialismo, foi assessor do Presidente Jorge Sampaio e distinguiu-se recentemente pela publicação de um livro em defesa do Tribunal Constitucional no âmbito da polémica que o Governo de Passos Coelho tem mantido com este órgão de fiscalização constitucional do regime sobre os Orçamentos do Estado.