Saída de Gaspar tem “significado profundo” e devia envolver mais pessoas, diz Bagão Félix

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Bagão Félix: “Não faz sentido que o número dois do Governo não seja o líder do partido da coligação" Foto: Carlos Lopes

“A demissão deste ministro das Finanças envolve um contexto diferente [de] qualquer outro ministro sectorial. Fazia a ligação com os nossos credores. O seu prestígio e capacidade, ao nível internacional, eram muito acentuados. Houve uma série de coisas que fez mal, obstinadamente... Esta demissão tem um significado mais profundo”, disse à Lusa o responsável pelas Finanças do Governo de Santana Lopes, também em coligação PSD/CDS-PP.

O democrata-cristão considerou que a subida de Paulo Portas a número dois do Governo “deveria ter acontecido desde o primeiro dia” e que, “já que era para haver uma remodelação, o ideal era que envolvesse mais pessoas e até a estrutura do Governo”.

“Não faz sentido que o número dois do Governo não seja o líder do partido da coligação, embora o partido menor. Mais vale tarde do que nunca”, disse, considerando essa alteração orgânica “correctíssima”.

Em virtude de Portugal estar na “antevéspera de mais um exame da troika e numa fase final de formação das linhas essenciais e até já de alguns detalhes do Orçamento do Estado para 2014”, Bagão Félix resumiu que esta demissão de Vítor Gaspar foi um acontecimento “surpreendente, sobretudo no tempo”.

O responsável pelos Negócios Estrangeiros e líder do CDS-PP, Paulo Portas, vai passar a número dois do Governo, com a exoneração de Vítor Gaspar. Maria Luís Albuquerque, substituta de Vítor Gaspar nas Finanças, vai ser também ministra de Estado, mas caber-lhe-á o terceiro lugar na hierarquia formal do Governo.