Rangel acusa PS de ter atitude “radical e extremista”

O socialista José Junqueiro diz que radicalismo é o "desemprego máximo" provocado pela política de cortes do Governo

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“O cenário alternativo [ao federalismo] é o caos", defendeu Paulo Rangel Nuno Ferreira Santos

Foi a primeira reacção dos sociais-democratas à “divergência insanável” apontada pelo líder do PS para não aceitar um acordo com Passos Coelho sobre uma estratégia de médio prazo.

“Vejo aqui uma atitude radical e extremista do PS, que está talvez, numa lógica puramente eleitoral, a não querer contribuir para a solução dos problemas dos portugueses, não há dúvida nenhuma que a conclusão do programa de ajustamento e as nossas perspectivas para o pós–troika poderiam ser muito aliviadas se o PS estivesse disposto para um diálogo", afirmou à agência Lusa o social-democrata.

Paulo Rangel falava aos jornalistas em Bruxelas, no final de um colóquio sobre soberania alimentar, no Parlamento Europeu. Questionado sobre a reunião de segunda-feira entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o secretário-geral do PS, António José Seguro, o eurodeputado do PSD considerou que o termo "divergência insanável" revela "extremismo, radicalismo e esta obstinação" e dá "um sinal erradíssimo quer aos nossos parceiros europeus, quer aos nossos credores, quer aos mercados".

Os socialistas responderam pela voz do deputado José Junqueiro. “Quero dizer ao correspondente do Governo em Bruxelas que extremismo e radicalismo é a redução dos portugueses à expressão mínima e ao desemprego máximo”, afirmou aos jornalistas José Junqueiro, no Parlamento. "Quando o Governo faz cortes nas pensões e nos salários está a reduzir os portugueses à sua expressão mínima", acrescentou. 

Segundo o vice-presidente da bancada socialista, o Governo tem “uma agenda escondida de cortes” e não mostra abertura verdadeira para negociar. “O que o Governo faz é decidir primeiro e pedir para o PS assinar depois”, disse.

Num tom mais suave, Nuno Magalhães, vice-presidente do CDS, sublinhou a importância de um consenso com os parceiros sociais assim como com o PS em matérias como a União Europeia, moeda única, NATO, que “são transversais aos partidos do arco da governabilidade”.

O dirigente centrista rejeita a ideia de que existam divergências “insanáveis” como alegou Seguro. “Tudo é sanável na vida política. O PS diz que não a quase tudo mas não sabemos o que propõe”, afirmou.

Questionado sobre se a falta de acordo com o PS tem implicações na saída limpa do programa de resgate, Nuno Magalhães faz a ligação entre os dois aspectos. “Quanto maior o grau de compromisso, melhor será a capacidade de Portugal fazer ouvir a sua voz na Europa e a vida dos portugueses será melhor”, disse Nuno Magalhães, que é também líder parlamentar. 

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