Para os sociais-democratas isso significa que a campanha eleitoral começa já, um antes da data apontada, na quarta-feira, por Cavaco Silva, o que torna impossível um entendimento entre a maioria e os socialistas.
Entre muitos apelos à calma, os "laranjas" ponderam aceitar o repto do Presidente, mas em último caso podem avançar com uma moção de confiança no Parlamento e assim legitimar na Assembleia da República a confiança política no executivo de Passos Coelho que muitos consideram ter-lhe sido retirada por Cavaco Silva. Mas entre os defensores da proposta presidencial há quem lembre que o Presidente, ao avançar para esta solução, perdeu a confiança em Passos Coelho e Paulo Portas e temia uma nova crise política daqui a um ou dois meses.
O CDS, que terminou a reunião da comissão executiva, o núcleo duro de Paulo Portas, mostra-se cauteloso e espera que o Presidente da República possa explicar melhor a sua proposta e que o PS possa responder entretanto ao desafio colocado. Até lá impera a cautela.