Portugal reforça presença militar no Golfo da Guiné
Em Abril, um navio de patrulha oceânico vai juntar-se à fragata Bartolomeu Dias nos exercícios militares da Marinha americana.
Tal como a Bartolomeu Dias, o patrulhão vai participar nos exercícios militares que a Marinha dos EUA tem promovido em África com a participação de forças de países europeus e de países africanos. Está prevista para Abril a partida deste navio. O Estado Maior das Forças Armadas descreveu como objectivo principal destes exercícios o “fortalecimento de parcerias marítimas globais através de actividades de formação e de colaboração para melhoraria da segurança marítima nas regiões do Golfo da Guiné e da costa ocidental africana”.
Actualmente, estão empenhados nesses exercícios 172 militares portugueses, que fazem parte da guarnição da fragata. Com a chegada do patrulhão, o efectivo português nesses exercícios atingirá os 210 militares.<_o3a_p>
Há algumas semanas, o embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, defendeu a criação em Lisboa de um Centro de Segurança Marítima “com liderança portuguesa” por entender que “os portugueses têm mais conhecimento técnico nessa área que nós”. O Golfo da Guiné tornou-se uma preocupação para o Ocidente quando a instabilidade regional juntou casos de pirataria aos problemas relacionados com o tráfico de drogas e o crime organizado. <_o3a_p>
Mas o reforço da presença militar portuguesa em África não se esgota nos meios da Marinha. O conselho Superior deu também o seu aval ao envio de oito militares para a missão da União Europeia na República Centro-Africana. Actualmente, Portugal tem 50 militares e um avião de transporte C-295 no Mali, no âmbito de uma missão das Nações Unidas. A que há a acrescentar outros nove que fazem parte da missão de treino militar promovida pela União Europeia.<_o3a_p>
A República Centro-Africana é palco de violências interreligiosas desde que o presidente François Bozizé foi afastado do poder, em Março de 2013, por uma coligação predominantemente muçulmana, a Séléka. A reunião avaliou também a "situação das Forças Nacionais actualmente destacadas em diversos países da Europa, Médio Oriente e África, cumprindo missões de apoio à paz e de carácter humanitário, no âmbito da União Europeia, da ONU e da Aliança Atlântica".<_o3a_p>
Inquérito a oficiaisEntretanto, enquanto a cúpula política reunia, as fileiras organizavam mais um conjunto de encontros para debater o estado das Forças Armadas. As três associações sócio-profissionais têm agendado para dia 21 deste mês, reuniões com os seus sócios.
O encontro da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) servirá para revelar os resultados de um inquérito que arrancou há uma semana. De acordo com o presidente da AOFA, Manuel Pereira Cracel, servirá para auscultar os oficiais sobre a revisão do Estatuto dos Militares, o seu sistema de saúde, mas também para dar a oportunidade a estes militares avaliarem as chefias militares e o ministro da Defesa.
Pereira Cracel adianta ainda que os resultados serão utilizados como “sustentação na forma como devemos [AOFA] abordar as questões”. O inquérito está aberto a oficiais no activo, na reserva e na reforma. Desse total de 9500 militares, a AOFA confirmou ter recebido já 1050 respostas. Quase metade – a associação contabiliza 49% - vêm de oficiais no activo. A Associação assinala ainda o facto de terem participado 242 Capitães de Fragata ou Tenentes-Coronéis e 201 Capitães-Tenente ou Majores.