Portugal não pode ser “país de muitas cigarras e poucas formigas”, diz Miguel Macedo

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Macedo admite que as corporações de bombeiros voluntários atravessam dificuldades Foto: Rui Gaudêncio

Miguel Macedo falava em Campia, Vouzela, onde inaugurou o novo edifício do destacamento local dos bombeiros debaixo de assobios e protestos de um grupo de elementos da comissão de luta contra as portagens nas auto-estradas A24, A25 e A23.

O ministro desvalorizou a presença os manifestantes, cerca de duas dezenas, considerando que o protesto constitui “um direito das pessoas”.

Num recado mais explícito, no entanto, fez referência à fábula da formiga (a trabalhadora) e da cigarra (a preguiçosa), contextualizando-a no contexto da crise que o país atravessa, que disse ser “muito, muito difícil”. E falou em “constrangimentos de soberania financeira”, referindo-se aos termos do memorando acordado com a troika.

Para a plateia, constituída essencialmente por bombeiros, admitiu que uma grande parte das corporações de voluntários atravessa dificuldades e adiantou que, no próximo ano, haverá um modelo de financiamento revisto.

O ministro da Administração Interna mostrou-se feliz pela chegada da chuva, por causa dos fogos florestais, e elogiou o desempenho de todo o sistema de protecção civil “num ano particularmente difícil”, onde, lembrou, vários bombeiros perderam a vida.

Ainda sobre o novo modelo de financiamento para o sistema de protecção civil, disse estar em fase de reflexão para ser aplicado em 2013. E apontou algumas novidades num contexto em que admite a necessidade de “mais meios e estruturas”.

O novo quartel do destacamento dos bombeiros de Vouzela em Campia, onde estão colocados cerca de 30 operacionais, custou 380 mil euros.´

Título corrigido às 19h57

Alterado o título anterior (Portugal é “um país de muitas cigarras e poucas formigas”, diz Miguel Macedo)