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Portas, o dono do turno da tarde

Com Passos ausente na cimeira europeia, o líder do CDS foi o protagonista da volta nacional e visitou os estaleiros de Viana do Castelo.

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Miguel Manso

De capacete branco na cabeça, os elementos da comitiva percorreram uma parte dos estaleiros a pé. Ao lado de um discreto Marco António Costa, vice-presidente do PSD, Portas cumprimentou os trabalhadores e teve uma demorada reunião com a administração.

No final, o elogio à opção do ministro da Defesa Aguiar-Branco em concessionar os estaleiros a privados, apesar de, na altura, ter provocado o despedimento de centenas de trabalhadores. “O plano dos despedimentos tinha sido aprovado pelo anterior governo [socialista]. Agora empregam 220 pessoas directamente e 283 através de subempreteiros. É essa a diferença entre a demagogia e a eficácia”, afirmou, referindo que foi recuperado um terço dos trabalhadores que estiveram ao serviço dos antigos estaleiros. “O ministro Aguiar-Branco estava certo quando defendeu a reestruturação", rematou.

Com o ânimo das sondagens que têm vindo a ser publicadas, a coligação Portugal à Frente começa a fazer o discurso de conquista do eleitorado indeciso. “Muita gente que não concorda com muitas das nossas propostas estão do nosso lado”, disse Portas, depois de questionado sobre se a maioria absoluta está no horizonte da aliança PSD/CDS.

“Os portugueses têm uma noção cada vez mais nítida: Portugal precisa de estabilidade”, vincou. Com umas calças mais formais (deixando o estilo ganga que tem trazido por estes dias) e uma camisa com as suas iniciais P.P., o vice-primeiro-ministro afastou qualquer protagonismo. “Eu cumpro as minhas obrigações”, respondeu aos jornalistas.

Ainda houve tempo para uma visita ao Portinho de Vila Praia de Âncora, onde o líder do CDS se inteirou do problema de uma obra feita há dez anos e disse que iria transmitir “a quem tem responsabilidades de decisão”.

À saída das instalações, alguns elementos das juventudes partidárias que o acompanhavam começaram a gritar “vitória, vitória”. Portas voltou-se para trás e levantou a mão em sinal de paragem: “Isso só se vê dia 4. Temos que trabalhar muito para chegar lá”. 

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