PCP diz que Cavaco é um "mero patrocinador de um governo ilegítimo"
Partido Comunista Português defende que só uma “política alternativa patriótica e de esquerda” pode dar resposta aos problemas de Portugal e dos portugueses, reiterando a exigência da “inadiável” demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas.
O líder comunista apontou o dedo à intervenção do Presidente da República, acusando Cavaco Silva de ser “cúmplice” e de dar “um apoio activo” a um Governo e a uma maioria que “há muito puseram em causa o regular funcionamento das instituições”.
“O Presidente da República, a quem incumbiria assegurar o regular funcionamento das instituições, demite-se das suas responsabilidades e constitui-se como obstáculo a esse regular funcionamento”, afirmou.
Para o líder do PCP, Cavaco Silva tem vindo a assumir-se como “mero patrocinador de um governo ilegítimo”.
Para o PCP, a opção passa pela libertação do país “do rumo de submissão”, mas também pela afirmação do “direito inalienável de um Portugal desenvolvido e soberano”.
“Opção que implica a inadiável demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas como condição da maior importância para interromper o caminho de desastre a que o país está a ser sujeito”, defendeu Jerónimo de Sousa, acrescentando que os actuais acontecimentos colocam em evidência “um governo socialmente isolado e politicamente derrotado que procura desesperadamente agarrar-se ao poder”.
Na mesma intervenção, o líder do PCP não esqueceu as críticas ao PS e ao Presidente da República.
“A posição da direcção do PS, para lá das afirmações de oposição ao Governo, confirma um partido que não quer afastar-se dos compromissos com o programa de agressão ao país”, frisou Jerónimo de Sousa.
Entre outros aspectos, o líder comunista especificou “o apelo de Seguro dirigido a sociais-democratas e a democratas-cristãos para que se unam” aos socialistas.
Apelo, entre outras tomadas de posição, que expõe, segundo Jerónimo de Sousa, “o objectivo de preservar o essencial da política de direita e do rumo de submissão”.
Jerónimo de Sousa reiterou ainda as críticas às medidas anunciadas na sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerando tratar-se de uma “nova declaração de guerra” aos portugueses e de “um novo programa de terrorismo social”.