Paulo Portas quer ocupar o centro político deixado pelo PS

Passos Coelho e o líder do CDS estiveram juntos na evocação da morte de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

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O 34.º aniversário da morte de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa voltou a juntar os dois líderes dos partidos da maioria Nuno Ferreira Santos
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Na cerimónia de evocação do 34.º aniversário da morte de Sá Carneiro (então primeiro-ministro do PSD) e Adelino Amaro da Costa (ministro da Defesa, do CDS), Paulo Portas voltou a sublinhar a moderação por contraste à radicalização dos socialistas. “Quanto mais o PS virar à esquerda, mais a proposta da maioria deve ser centrada, moderada. Não é porque os países se governam de forma moderada, mas é porque o país precisa de realismo e bom senso”, afirmou Portas, na sessão, num hotel em Lisboa, remetendo para “tempo próprio” a decisão sobre a renovação da coligação.

“Quanto mais o PS quer virar a página, dizer para onde vai, como financia, mais a proposta, enquanto partidos da maioria, deve ser centrada no futuro. Se o passado é um risco que nos custou muito caro, devemos dizer às pessoas o que queremos para o país para o futuro, em termos de crescimento”, reforçou, depois de registar que o PS apresenta-se a “guinar à esquerda”, afirmando desconhecer se é para “captação de votos se é para política de alianças”.

Na sessão, onde foi exibido um vídeo com imagens dos dois políticos na época, Portas destacou que Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, morreram na queda de um avião “ao serviço de uma ideia de Portugal” e que “não há dádiva mais extrema”. Este tributo foi partilhado pelo líder do PSD, lembrando que quando os dois políticos morreram PSD e CDS tinham “um Governo, uma maioria”, mas que não chegaram a ter um Presidente que “garantisse a viabilidade de uma Constituição compatível de uma democracia civilista e de uma economia não colectivista”.

Relativamente ao futuro, Passos Coelho não foi tão concreto sobre a estratégia eleitoral, mas deu pistas sobre o tom do discurso. Depois de lembrar que a dívida “foi contraída por outros”, o primeiro-ministro afirmou que “a disciplina nas contas públicas não é efémera, não é para um, dois ou três anos, deve permanecer para futuro e intensificar-se”. Mas falou também de esperança: “O que precisamos de fazer nos próximos anos é restituir a esperança aos portugueses, não estamos só a lutar contra a emergência mas acrescentar confiança e futuro aos portugueses”. Isso significa, revelou, bater-se pela “pela abertura da economia” portuguesa.

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