Passos perdeu mais de 30 por cento dos militantes em Lisboa

No espaço de dois anos, o PSD perdeu mais de um terço das suas bases de apoio na capital. Apenas 645 militantes votaram nas directas em Lisboa.

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Passos Coelho no Congresso de 2010 que o consagrou como líder do PSD, depois das directas duas semanas antes. Miguel Manso

A debandada na estrutura partidária do principal partido que suporta o Governo é avassaladora. Em Lisboa, nas directas realizadas a 25 de Janeiro, Passos Coelho conseguiu apenas 438 votos de militantes. No total, votaram apenas 645 sociais-democratas de um universo de 3164 militantes em condições de votar.

Esta última votação interna revelou também o nível a que chegou o distanciamento entre o PSD e a capital. Segundo dados recolhidos pelo PÚBLICO, o PSD tinha em Janeiro de 2014 cerca de 5650 militantes inscritos em Lisboa, com apenas 3164 activos, ou seja, em condições de participar nas últimas eleições directas.

A comparação com os números de anos anteriores é desmoralizante para o PSD. Em 2011, o PSD/Lisboa tinha 8491 militantes inscritos. Em Novembro de 2013, quando Miguel Pinto Luz foi reeleito para a liderança da distrital esses militantes já só eram 5629. Uma queda de mais de 30 por cento. E o número de militantes eleitores caíra para os 3254.

Na altura da sua reeleição, no entanto, no site do PSD/Lisboa ainda eram assumidos 8283 militantes inscritos. Nessas eleições internas votaram 3687 social-democratas. O que significa que para a reeleição de Passos votou um sexto do universo social-democrata lisboeta que votou na recondução de Miguel Pinto Luz.

A tendência de espiral recessiva em termos de militantes contrasta com a do adversário directo. De acordo com dados fornecidos pela liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista (FAUL) o número de militantes activos no início de 2013 – os que têm quotas em dia e por isso estão em condições de votar – atingia os 12820. Mais 320 quem no final de 2012, quando o PS de Lisboa contabilizava 12500 militantes activos.

O PÚBLICO tentou entrar em contacto com a direcção do PSD/Lisboa. O presidente da distrital, Miguel Pinto Luz esteve incontactável e o seu vice, Bruno Ventura, escusou-se fazer comentários.
 

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